No dia 20 de maio de 2006, a trágica morte dos imigrantes Carla Souza, de 37 anos, e seu filho Caíque Souza, de 11 anos, ambos naturais da Bahia, abalou a comunidade brasileira de Framingham, Massachusetts (EUA). O perigo estava dentro de casa, pois o marido de Carla, Jeremias Bins, 30 anos, natural de Rondônia, residente há 3 anos nos EUA, não aceitava o fato dela e Caíque, filho de um casamento anterior, frequentarem a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como “Igreja Mormon”. Carla e Jeremias tinham juntos um filho de 5 meses de idade, Felipe Bins.
Segundo as autoridades, aproximadamente às 11 p.m, Jeremias atacou à marteladas Carla e Caíque e fugiu com Felipe, entregando-se posteriormente à polícia. A promotora pública Martha Coakley, do Distrito de Middlesex, disse, na época, que Bins, que é católico, não gostava que sua família freqüentasse a Igreja Mormon. O dono do apartamento onde vivia o casal e seus filhos, Francisco Dutra, informou que Jeremias detestava o fato de que Carla e Caíque, residentes há 8 anos nos EUA, fossem membros da Igreja Mormon, além de não aceitar a quantidade de pessoas que geralmente visitavam sua casa.
Julgamento
A corte que estava marcada para 20 dia junho, exatamente no dia que completou 2 anos da morte de mãe e filho, em Woburn, Massachussetts, foi adiada porque a Juiza não compareceu no local. De acordo com o pai do menino Caíque, Antônio Souza Júnior, a justiça marcou o final das audiências de pré-julgamento para o dia 30 de Julho e as audiências do julgamento começam no dia 6 de outubro, para que decidam o destino do assassino Jeremias Bins. “O promotor me informou que as audiências do julgamento vão acontecer em algumas semanas. Por um lado, eu fico mais aliviado, pois já está marcado o pré-julgamento dele, o que eu espero que não mude, e também porque de agora em diante podemos ter uma resposta da justiça quanto a condenadação tão esperada”, declarou ele.
Após dois anos do acontecido, a justiça dos EUA ainda não encerrou o caso. Antes de saber do adiamento da corte, o pai de Caíque falou para o BV sobre a agonia e a demora do julgamento de Jeremias Bins: “O promotor me informou na última corte que o julgamento dele deve ser marcado logo. Essa é a nossa esperança, que isso acabe de uma vez. O estrago que ele já fez na minha vida, eu perco o meu dia de trabalho e o meu dia emocionalmente, porque todo dia que eu encontro essa pessoa eu fico abalado, eu volto a trabalhar estressado”. Ele fala da longa espera da justiça e da esperança de sair a condenação: “O que eu espero é o que 100% das pessoas esperam, a condenação. Não tem para onde correr, tem tudo provado, tem DNA, tem fotos, tem a tradução da fita da confissão dele, que ele confessou “culpado” em português. No dia seguinte, ele já negou tudo, mas o que ele falou em português foi gravado, tudo o que ele disse foi traduzido para o inglês, ou seja, tem tudo nas mãos da justiça, não sei o que estão esperando, é para poder machucar a gente, só pode ser. Do julgamento final, eu acho que ele não escapa”, desabafou ele.