O Sindicato dos Rodoviários do Amazonas deverá votar um indicativo de greve na próxima quinta-feira (16) para o dia seguinte, mesmo sob ameaça judicial de multa de R$ 100 mil por hora, em caso de paralisação, devido a uma decisão favorável do juiz plantonista Leoney Figliuolo, expedida na noite de domingo (12).
Segundo o presidente do sindicato, Josildo Silva Oliveira, se a categoria decidir pela greve, nem mesmo a decisão judicial deverá impedi-los porque não haverá paralisação, mas sim “greve de catraca livre”. “Não queremos prejudicar a população, queremos prejudicar só os empresários. Se aprovarmos a greve iremos fazer a catraca livre. Se os empresários não deixarem os ônibus saírem da garagem, aí o prefeito (Serafim Corrêa - PSB) terá que se entender com os empresários”, anunciou, ontem, o sindicalista em entrevista coletiva.
Os rodoviários continuam a reivindicar a manutenção dos empregos ou o pagamento da rescisão de 280 funcionários da empresa Cidade Manaus, e até quinta-feira pretendem marcar audiências com o governador Eduardo Braga (PMDB) e com o prefeito Serafim Corrêa, para que intercedam pela categoria junto às empresas de transporte. “Não queremos que não demitam, mas que paguem os direitos trabalhistas dos demitidos. Não queremos outro acordo, queremos que paguem no montante todos de uma vez. Queremos também que acabem com o ressarcimento de assalto, porque não é justo e queremos que acabem com o banco de horas do sistema”, enumerou Josildo Oliveira.
O presidente informou ainda que outros fatores podem influenciar na realização da greve, como o não pagamento de férias no tempo previsto por lei aos 10 mil funcionários do sistema de transporte coletivo e o não repasse das taxas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e do Imposto Nacional de Seguro Social (INSS), respectivamente. “Isso acontece em todo o sistema. Os empresários não estão depositando o nosso FGTS e nossos benefícios”, denunciou.
O edital para a convocação da assembléia de quinta-feira deverá circular hoje nos jornais, de acordo com o presidente e deverá acontecer na sede do sindicato, na rua Domingos Sales (antiga rua Belém), Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul, durante todo o dia.