MANAUS - Dos 825 registros de violência contra crianças e adolescentes feitos na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) no ano passado, 441 foram de maus-tratos, espancamento ou negligência, o que corresponde a mais de 53% dos casos. Só este ano, até o mês de junho, foram registrados 393 casos deste tipo.
A maior parte das vítimas, segundo a assistente social da Depca, Socorro Cavalcante, é de crianças de até seis anos, com 282 casos, quase 64% do total de registros. Para os 825 registros de agressão, a Depca tem registrados 725 agressores, já que, em alguns casos, o agressor comete o crime mais de uma vez. Quase a metade desses agressores é a mãe ou o pai da criança ou adolescente, seguidos do padrasto ou da madrasta. “O que nós observamos é a presença muito forte do alcoolismo e do uso de drogas, de uma forma geral. Mas há também a questão do desemprego", disse Socorro.
Os casos de agressão contra crianças ou adolescentes, em geral, chegam à Depca por meio de denúncias, feitas por vizinhos ou parentes das vítimas, ou ainda, de forma anônima, utilizando o Disk 100.
As crianças ou adolescentes que sofrem qualquer tipo de violência, segundo a assistente social, apresentam mudanças de comportamento, como a queda no rendimento escolar. Ao ser encaminhada à Depca, a criança ou o adolescente agredido recebe atendimento psicossocial. “Em seguida, encaminhamos para atendimento nas instituições que fazem parte da rede de apoio, como a Central de Resgate”.