MANAUS - A Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV), da Polícia Civil, investiga um esquema de estelionato e de adulteração da quilometragem de carros seminovos, que vem sendo aplicado em Manaus nos últimos dois meses.
O delegado da DERFV, Petrônio Carvalho, informou que 11 revendedoras de veículos usados estão sendo investigadas pela polícia. Há indícios de que, pelo menos, 30 carros comprados como seminovos tiveram a numeração dos rodômetros alterada para uma quilometragem menor.
Segundo ele, o esquema foi descoberto na última quarta-feira, depois da apreensão de um computador e de equipamentos digitais que alteram a quilometragem registrada pelo rodômetro, que fica no painel do veículo. Foram apreendidos ainda dois cadernos com informações sobre os modelos e as placas dos carros que tiveram os rodômetros adulterados. Estão anotados também o valor do ‘serviço’ e os nomes das 11 lojas de carros usados que se aproveitaram deste esquema de adulteração.
“Carros que, por exemplo, tinham mais de 100 mil quilômetros rodados, foram vendidos com 20 mil quilômetros, com o auxílio desse computador. Os motoristas foram lesados. Eles acreditaram que compraram um carro novo, com motor novo”, explicou o delegado Petrônio.
O equipamento foi apreendido na casa do estudante de Medicina Francimário Gomes de Oliveira, 33 anos, na rua Ceará, bairro Chapada, zona Centro-Oeste de Manaus. Em depoimento à polícia, ele confessou que é dono dos objetos e que trabalha em parceria com o mecânico Marcelo Teixeira da Silva, 40.
No depoimento, Francimário disse que trouxe o computador de Goiás e foi comprado por R$ 6 mil. Segundo ele, a dupla visitava as lojas de veículos usados e oferecia o ‘serviço’. Um cartão, com o número do telefone e endereço, era deixado com os gerentes ou com os proprietários. O interessado ia até a casa do estudante de Medicina e fazia o contrato. O ‘serviço’ era feito dentro das lojas e era cobrado entre R$ 80 e R$ 150 por carro.
O delegado afirmou que Francimário e Marcelo só vão ser chamados à DERFV quando os proprietários das lojas citadas pela dupla prestarem depoimento. “Vai haver uma acareação”, disse.