Brasília - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Rondônia, Hélio Vieira, suspeita que o assassinato do advogado Valter Nunes de Almeida, presidente da Subseção da OAB de Cacoal – morto com cinco tiros na tarde de hoje dentro de seu escritório – possa ter ocorrido a mando de caciques da etnia cinta-larga, de Cacoal, distante quatrocentos quilômetros de Porto Velho. A suspeita é de represália por parte dos índios em face da rígida atuação dos membros do Tribunal de Prerrogativas da OAB de Cacoal depois que membros da tribo contrataram, pelo valor de R$ 15 mil, pistoleiros para matar o advogado Zílio Cezar Politano, de 46 anos. Zílio conseguiu imobilizar os dois pistoleiros no último dia 21, em seu escritório, e os dois confessaram à polícia terem sido contratados pelo índio Payamãn Cinta Larga, que está preso.
Hélio Vieira tomou conhecimento do assassinato do colega Valter Nunes de Almeida, de 45 anos, em Brasília, onde participa de reunião na OAB Nacional. Ele já mobilizou a Comissão de Prerrogativas da entidade em Porto Velho, que está acompanhando as primeiras investigações, e oficiou a Superintendência da Polícia Federal.
De acordo com as primeiras informações, três homens armados e encapuzados chegaram ao escritório por volta das 14h30, renderam a secretária e executaram o advogado sem nenhuma chance de reação. Ele morreu sobre a mesa de trabalho. Nada foi roubado do escritório.
Formado pela Faculdade de Direito de Marilia (SP), Valter Nunes de Almeida é natural de Assis (SP) e estava inscrito na OAB de Rondônia desde 1984. Ele foi presidente da Subseção outras duas vezes, no período de 1998 a 2000 e de 2001 a 2003. Foi eleito em novembro do ano passado para o triênio 2007-2009.