Roraima - Traficantes de quelônios atiram em equipe do Ibama no Baixo Rio Branco

Roraima - Traficantes de quelônios atiram em equipe do Ibama no Baixo Rio Branco

Roraima - Traficantes de quelônios  atiram em equipe do Ibama no Baixo Rio Branco

Foto: Divulgação

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Dois funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e cinco colaboradores que trabalham no projeto de preservação de tartarugas na localidade de Santa Fé, região do Baixo Rio Branco, foram atacados a tiros por caçadores e traficantes de quelônios, na tarde da última terça-feira, dia 14. *Até ontem à noite, às 20 horas, um dos colaboradores, José Santos Cruz, apelidado de Pimenta, continuava desaparecido. Conforme informações da gerente regional do Ibama, Nilva Baraúna, os sobreviventes contaram que Pimenta foi baleado e caiu na embarcação, que foi roubada pelos traficantes. *Policiais federais e militares, além de soldados do Corpo de Bombeiros e médicos foram ontem para o local. Por todo o dia foram realizadas buscas pelo rio na tentativa de encontrar o desaparecido. A esperança é que Pimenta ainda seja encontrado com vida. *Além de Pimenta, o chefe da equipe, Raimundo Pereira Luiz, que é médico veterinário e analista ambiental, foi baleado na perna e esteve desaparecido até a tarde de ontem, quando foi encontrado e levado para um hotel de selva existente na região, e recebeu atendimento médico. *Outro ferido com tiro foi o colaborador Josué Melo da Silva, 25. Considerado o caso mais grave, foi trazido de avião para Boa Vista ontem à tarde e internado no Pronto Socorro Francisco Elesbão, onde permaneceu em observação. As informações recebidas na unidade hospitalar eram de que Josué recebeu um tiro de espingarda e os chumbos se espalharam pelo corpo, atingindo ainda um dos braços e uma perna, mas não corria risco de morte. Informaram ainda que ele possivelmente não precisaria ser cirurgiado. *A mulher de Josué, que também estava no Baixo Rio Branco, próximo do local onde ocorreu a emboscada, saiu ilesa e esteve no hospital acompanhando a situação do marido. *As informações repassadas por ela para a gerência do Ibama e para a Polícia Federal que investiga o caso, foram de que a equipe estava de saída para a realização do trabalho de marcação dos locais de desovas dos quelônios, quando os traficantes apareceram e começaram a atirar. Josué e Raimundo ao serem atingidos teriam caído no rio e foram obrigados pelos bandidos a se afastarem da margem do rio para o fundo. Já Pimenta caiu ferido dentro da voadeira do Ibama e acabou sendo levado pelos desconhecidos junto com a embarcação. *Outros sobreviventes, os colaboradores Dinarde da Silva Monteiro, Silas de Almeida Souza, Adaias Tenório Correia, além de José da Silva Araújo, auxiliar administrativo e chefe substituto do posto em Caracaraí, conseguiram escapar ilesos e se esconderam dos atiradores. *Ainda à noite um dos sobreviventes conseguiu chegar ao posto de fiscalização da Femact (Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia), que fica na região e informou do ocorrido. A partir desse momento policiais militares que estavam no posto e fiscais da Fundação desceram para o local e fizeram o Resgate dos outros sobreviventes, os levando para o hotel de selva. Através de um telefone Globalstar foi mantido contato com Boa Vista e relatado o ocorrido. *Pela manhã uma equipe de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar foi para o local e iniciou buscas, juntamente com um funcionário da Fundação, em perseguição aos traficantes que fugiram em direção ao Estado do Amazonas. *Mais tarde policiais federais, médicos, soldados do Corpo de Bombeiros e um funcionário da gerência do Ibama em Boa Vista chegaram ao hotel para ajudar no atendimento aos feridos e nas buscas aos desconhecidos. Um delegado da Polícia Federal foi para o local e ainda ontem abriu um inquérito policial para investigar o caso, começando a ouvir os sobreviventes e testemunhas. *TÉCNICOS – A gerente do Ibama, Nilva Baraúna, informou que todos os envolvidos no episódio fazem parte de uma equipe técnica e não de fiscalização. “Eles estavam no local desde o dia seis e o trabalho deles consiste em marcar e catalogar os locais de desova das tartarugas na praia. O que esses traficantes fizeram é uma covardia. Atacaram uma equipe de trabalhadores indefesos”, desabafou. *Para funcionários do Ibama, o ataque à equipe pode ter sido em represália ao trabalho de combate à caça e tráfico dos quelônios desenvolvido pelo Instituto. Lembraram que no ano passado, durante uma fiscalização em conjunto com a Femact, foram apreendidas cerca de 700 tartarugas, que estavam em uma embarcação no Baixo Rio Branco que seguia para Manaus. *Conforme o assessor de Imprensa da Femact, Antônio Bentes, foi montado um posto de fiscalização permanente da Fundação no Baixo Rio Branco, para combater o contrabando dos quelônios na região. “Existe policiais militares e fiscais da Fundação diariamente no local”, informou.
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