*O titular da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, delegado Hélio Teixeira Lopes Filho, negou que tenha participado de uma armação para prender o auditor fiscal Sérgio de Araújo Pereira, como o acusado tem dito na imprensa. “O que ele quer é desvirtuar o trabalho de investigação policial, que o indiciou pelo crime de concussão”. O auditor é acusado de tentar extorquir R$ 50 mil do Centro Educacional Mojuca, motivo pelo qual foi preso no último dia 25, de posse, segundo a Polícia, de um pacote com parte do pagamento pelo suposto suborno. A quantia de R$ 10 mil reais.
*De acordo com o delegado, a diretora da escola Erilene Silveira, em companhia de seu advogado, Zaqueu Noujain, o procurou alegando que o acusado estaria exigindo dinheiro para não aplicar multas no estabelecimento. Ainda segundo Hélio Teixeira, nenhuma das ilações ou acusações feitas pelo auditor constam no inquérito, pois o mesmo reservou-se no direito de permanecer calado.
*Para a diretora da escola, as atitudes do acusado demonstram desespero, pois, sem defesa, “ele tenta desviar o foco do caso”, destacou Erilene. Para ela, não resta dúvidas sobre este acontecimento. “A polícia lavrou o flagrante, indiciou o auditor e ele agora terá que se explicar à Justiça, a nossa parte nós já fizemos”, disse.
*Sobre o convênio feito com a Secretaria Municipal de Educação para atender 400 alunos que não conseguiram vagas na rede pública do município, Erilene explicou que o convênio celebrado com o Mojuca foi feito uma cotação de preço e dentro da legalidade. “Nós apresentamos o menor preço e isso pode ser aferido por qualquer cidadão”, afirmou a diretora.
*Vereador questiona auditor sobre 23 processos
*O vereador José Wildes (PT) iniciou a sabatina do fiscal municipal Sérgio Araújo Pereira, indagando sobre a extensa ficha de processos envolvendo o funcionário público. *Segundo Wildes, em consulta ao site do Tribunal de Justiça, foi verificada a existência de 23 processos em nome de Sérgio, dos quais oito correm em segredo de justiça e alguns foram arquivados.
* Entre os processos a acusação de uma fisioterapeuta, proprietária de uma clínica de fisioterapia, suposta vítima do auditor, que também procurou a delegacia alegando que o mesmo Sérgio de Araújo Pereira teria exigido o pagamento de R$ 20 mil para não multar a clínica. Como o pagamento não foi feito, a clínica de fisioterapia foi multada em R$ 102 mil.
*Segundo o delegado, os depoimentos da fisioterapeuta e de seu contador também fazem parte do processo, que já foi aceito pelo Ministério Público do Estado. O crime de concussão está previsto no artigo 316 do Código Penal Brasileiro, se condenado, o auditor pode pegar pena de 2 a 12 anos reclusão e multa.
*Ao retrucar, o fiscal disse que vai derrubar todas as demais acusações contra ele, algumas de suposta cobrança de propina e citou a ação movida contra ele pela empresa Ortis Fisioterapia, de propriedade de Gisele Pini, acusada por ele de fraudar notas fiscais.