Líder comunitário denuncia atividade da Cruz Vermelha em Porto Velho no MPF-RO

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Foto: Divulgação

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Posto de arrecadação de donativos da Cruz Vermelha em Porto Velho.
Um dos líderes comunitários da zona Leste de Porto Velho, Elias Ferraz de Oliveira, formalizou denúncia no Ministério Público Federal contra atividade da Cruz Vermelha na Capital, onde ele alega, de acordo com documento protocolado (Manifestação nº 33838), que é voluntário da entidade em Porto Velho e que acredita que está ocorrendo falhas graves na administração local.

Elias relata em sua denúncia que a administração da Cruz Vermelha em Porto Velho é feita por uma família que alugou um imóvel no Conjunto Marechal Rondon, utilizada tanto como residência como sede da entidade internacional, o que ele considera muito estranho.

Ele alega que ao se candidatar como voluntário da Cruz Vermelha na capital foi dito a ele que deveria desembolsar quantia de R$ 100 reais para custear os cursos necessários para a atuação junto à comunidade. Na ocasião, segundo ele, foi lhe passado a informação de que a carteira de voluntário da entidade tem o prazo de validade de um ano e deve ser renovada mediante pagamento de R$ 100 reais.

Outra denúncia passada por Elias diz respeito a arrecadação de alimentos realizadas pela Cruz Vermelha, que foram recebidos e armazenados no referido imóvel e que esses alimentos sumiram após uma semana e que o destino desses mantimentos não foram esclarecidos.

Elias disse também que foi organizada uma festa para arrecadar fundos para a instalação da Cruz Vermelha em Rondônia  e que na ocasião foram fabricadas placas comemorativas que eram vendidas pelo valor de R$ 200,00 e que para  esse evento foram convidadas pessoas de alto poder aquisitivo, visando uma maior arrecadação. Outro evento realizado pela CV foi uma feijoada vendida a R$ 50,00 a unidade – que dava direito a uma camiseta, que era utilizada como “ingresso”, onde cada voluntário tinha que conseguir vender 10 camisetas.

Na denúncia ele alega também que esses eventos foram feitos para arrecadar dinheiro para a construção da sede da Cruz Vermelha local e que não foi feito a prestação de contas das vendas obtidas nos dois eventos e que logo após a realização a administração da CV em Rondônia voltou para Cuiabá (MT) sem maiores explicações aos voluntários.

O voluntário Elias Ferraz, um dos líderes comunitários da zona Leste da Capital, fez a denúncia no MPF-RO.

Um ano após esses acontecimentos essa mesma administração instalou um posto da Cruz Vermelha na Avenida Abunã, porém vivia fechado. Elias Ferraz disse também ao Ministério Público Federal que há aproximadamente seis meses a CV local arrecadaram mais dinheiro com a venda de “cruzes” que simboliza a instituição em pit stop realizados em sinais de trânsito e que eram vendidas a R$ 5,00 a unidade. Logo após essa campanha novamente a administração da entidade retornou a Cuiabá. Mas voltou  há três semanas por causa da cheia do rio Madeira e a necessidade de arrecadar alimentos e donativos aos desabrigados.

O denunciante relatou que a CV montou um ponto de coleta de alimentos na Avenida Rio Madeira com a Rua Padre Chiquinho e que se trata apenas de uma barraca onde o responsável é um idoso, identificado como Antônio, que apresentou um colete deteriorado dizendo ser voluntário e é do município amazonense de Humaitá (AM) e que, segundo ele, passa maior parte do tempo dormindo sentado em uma cadeira.

A CRUZ VERMELHA RESPONDE

A reportagem entrou em contato com o Órgão Central da Cruz Vermelha nacional, no Rio de Janeiro, e pegou os dados da administradora local, Eliane Tavares, que foi prestativa em responder os questionamentos a respeito da denúncia formalizada no MPF.

Ação de voluntários da Cruz Vermelha realizada em 2010 para tentar arrecadar dinheiro para pagar custos da entidade.
De acordo com Eliane, o denunciante, Elias Braçal, de fato é voluntário da Cruz Vermelha e fez o curso necessário e exigido pela entidade para exercer a função, porém ela ressaltou que ele realiza ações em nome da Cruz Vermelha, inclusive utilizando uniforme, sem autorização alguma. E que já teve uma discussão com ele a respeito disso e que acabou resultando em uma queixa contra ele na delegacia.

Sobre as denúncias de arrecadação de dinheiro para a entidade local, Eliane esclareceu que a Cruz Vermelha por ser uma entidade independente e humanitária ela sobrevive de doações e ações do voluntariado, então gera um custo e é necessário obter verba para pagar os gastos, por isso mesmo são necessárias ações de arrecadação para manter a entidade em funcionamento. Cada escritório da Cruz Vermelha é mantido as próprias custas, sem recurso oficial ou verba específica, cabendo a central, localizada no Rio de Janeiro, apenas a supervisão das atividades e legalidade das ações que devem ser regidas conforme norma de estatuto da entidade.

Neste caso específico ela cita o caso da feijoada e a camisa que obteve patrocinadores. Segundo Eliane, foi feito um investimento alto com ajuda de patrocínio para venda de feijoadas ao valor de R$ 50,00 a unidade – onde a camisa era utilizada como ingresso. Esse evento seria semanal e tinha ajuda de voluntários na venda das camisas. Porém, devido a baixa venda das camisas, que não chegou a pagar os custos, só foi possível realizar uma vez. A prestação de contas a respeito dessas vendas fica em poder dela como administradora, cabendo ela repassar aos voluntários os números finais caso seja pedido.

Foram feitos dois cursos para formação de voluntários da Cruz Vermelha, onde, de acordo com ela, chegou a formar cerca de 40 a 50 pessoas – não soube precisar exatamente o número exato de participantes -, entre elas o denunciante Elias Ferraz. E que devido as dificuldades operacionais e de logística hoje a Cruz Vermelha local não tem uma sede definitiva e que já chegou a montar um escritório local na Rua Pio XII, Bairro São João Bosco, porém teve que desativar devido ao custo. E que hoje ela mantém as atividades da CV com dificuldade, no entanto, com ajuda de amigos e de voluntários.

Sobre o posto de arrecadação da entidade localizada na Rua Pe. Chiquinho, onde fica um idoso, que atende pelo nome de Antônio, ela confirmou que este senhor foi formado na mesma turma de Elias Ferraz e que não entende o motivo dele dizer em sua denúncia que o mesmo não tem formação para voluntário. Neste posto ela recebe donativos que são armazenados em depósito de um amigo da Associação Amigos da Leitura, localizado na zona Sul. Eliane disse que a arrecadação ainda não é satisfatória, mas ainda assim deverá fazer a distribuição do que já conseguiu arrecadar.

Sobre a ação da Cruz Vermelha em relação a enchente do rio Madeira e os desabrigados, em contato ainda com o órgão central no Rio de Janeiro, o administrador geral, Paulo Roberto Costa e Silva, disse que a estratégia de ação da entidade é pós enchente, logo após a vazante do rio Madeira, quando as águas abaixarem. Fato esse confirmado por Eliane Tavares, que vai convocar os voluntários para realizar ações efetivas com os desabrigados no prazo previsto por ela.

Um dos motivos para essa ação pós enchente, segundo Paulo Roberto, é porque já existe o trabalho da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e Exército, que estão atuando no atendimento direto com as famílias desabrigadas e trabalham com uma estratégia de ajuda junto com o Governo Federal que acatou o decreto de Calamidade Pública.

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