EM VILHENA: Morre, após 07 anos, mecânico que se envolveu em acidente provocado por cachorro

Romário bateu na traseira de caminhão em Colorado do Oeste; cachorro na pista teria causado a tragédia

EM VILHENA: Morre, após 07 anos, mecânico que se envolveu em acidente provocado por cachorro

Foto: Divulgação

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Era final de tarde naquele dia 04 de junho de 2016, e o mecânico de motos Romário Santiago Gonçalves, com 26 anos na época, seguia para a chácara onde morava, em Colorado do Oeste, quando se envolveu em um grave acidente que mudaria para sempre a sua vida, que chegou ao fim precocemente por volta das 2:00h desta sexta-feira, 14, no Hospital Regional de Vilhena.
 
 
O trágico acidente aconteceu na saída de Colorado para Vilhena, quando a motocicleta pilotada por Romário atingiu violentamente a traseira de um caminhão. O motorista do veículo de carga alegou, na ocasião, que havia freado bruscamente por causa de um cachorro na pista da BR 435.
 
 
Mesmo de capacete, o mecânico teve o cérebro atingido e foi trazido em estado gravíssimo para o Hospital Regional de Vilhena, onde deu entrada também com fraturas. Um médico até chegou a comunicar o óbito a familiares e o pai, Valdomiro Gonçalves, que era caminhoneiro naquele tempo, recebeu a notícia na cidade de Candeias do Jamari, onde morava.
 
 
Romário sobreviveu, mas ficou com sequelas severas, em estado vegetativo, desde então. Ultimamente, ele estava começando a se comunicar, mas apenas por gestos, e passava a maior parte do tempo na cama. Hoje, seu sofrimento chegou ao fim...
 
 
A causa da morte seria uma pneumonia contraída recentemente e que o levou a ser vítima de uma broncoaspiração, que é quando alimentos acabam indo parar nos pulmões.
 
 
PAI HERÓI
 
A trágica fatalidade protagonizada pelo filho fez com que o caminhoneiro, conhecido como “Miro”, viesse morar em Vilhena e abandonasse as estradas apenas para cuidar de Romário junto com a mãe do rapaz. Uma rotina exaustiva, cumprida pelo mais puro amor paterno.
 
 
Já que não podia mais viajar, Miro decidiu exercer uma nova profissão, e escolheu um ofício sobre o qual não sabia quase nada: a cutelaria. E a fabricação de facas artesanais garante o sustento da casa desde então. Mesmo sem qualquer experiência anterior, o cuteleiro aprendeu a fabricar itens de alta qualidade.
 
 
Miro conta que, sozinho na “Cutelaria Águia”, que funciona em sua casa no bairro Parque Cidade Jardim II, fabrica uma ou duas peças por dia. Mas o capricho vale a pena: toda a produção é vendida imediatamente. Um dos clientes do estabelecimento é o empresário “Nino da Funerária”, onde Miro estava, logo após perder o filho, tratando do funeral do mecânico, que deixa uma filha de 09 anos, garotinha que mora com a mãe em Chupinguaia.
 
 
“O mesmo Deus para quem agora devolvo meu filho me deu esse dom”, resigna-se o cuteleiro, explicando a habilidade num segmento do qual tinha zero de conhecimento e no qual pretende se manter: “preciso tocar a minha vida pra frente”, finaliza. Quem quiser encomendar facas pode entrar em contato com o próprio Miro através do telefone (69) 9 8131-0540.
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