FRIEZA: Filha relata morte de idosa que tentava defender o filho de ser executado

“Ele matou minha mãe quando ela estava de joelhos, e por frieza, porque se gabava de não errar tiro”

FRIEZA: Filha relata morte de idosa que tentava defender o filho de ser executado

Foto: Divulgação

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Ao entrevistar a filha da mulher de 67 anos assassinada em Vilhena esta semana quando tentava proteger o filho, o Folha do Sul Online descobriu detalhes de um caso marcado por generosidade e fé, mas também por extremas frieza e covardia.
 
Toda a tragédia começa em junho do ano passado quando, durante uma bebedeira, uma garota de 22 anos, disparou um tiro supostamente acidental contra o jovem Thallyson da Silva Santos, que tinha 19 anos na época. Atingido no peito, o rapaz morreu na hora, dentro da casa onde acontecia a confraternização.
 
Segundo a entrevistada, o homem que atacou sua mãe e deixou baleados o irmão e a cunhada dela estava tentando vingar a morte de Thallyson, que era seu filho. “Espicha”, o assassino confesso, acusava o neto de Eunice e filho do casal baleado, de ter envolvimento na morte do garoto, de quem era amigo e comparsa no mundo do crime.
 
FAMÍLIAS AMIGAS
 
A filha de Eunice conta que a mãe, evangélica desde os 07 anos, era muito amiga da mãe da mulher e da esposa de Espicha. “Antes de morrer, ela pediu que minha mãe cuidasse de suas filhas. E ambas moraram com a gente. Uma logo se casou com o Espicha e a outra ficou mais tempo com a gente. Ela hoje é advogada”.
 
Justamente por causa desta relação familiar, o filho de Espicha e o neto de “Dona Nice” eram muito amigos e, segundo a tia do rapaz, ambos vendiam drogas juntos. 
 
Ao contrário do que publicou o site paulista (e cujo teor foi reproduzido por esta FOLHA), o rapaz que Espicha tentou matar antes de executar a idosa não tem relação com a família Gonçalves. “O meu sobrinho está preso desde o ano passado, após a morte do Thallyson. Ele foi preso com drogas”.
 
O mesmo jovem que teria motivado a vingança de Espicha é acusado de balear dois rapazes e fazer com que um deles tivesse o braço amputado.
 
“SANGUE DE JESUS TEM PODER”
 
A filha conta que, após Espicha balear o filho na cozinha, Eunice o mandou ir para o quarto e se ajoelhou na frente do assassino, implorando pela vida, orando e pronunciando uma frase que costumava usar: sangue de Jesus te poder!
 
“Ele matou minha mãe quando ela estava de joelhos, e por frieza, porque se gabava de não errar tiro”, desbafa a entrevistada, revelando que, após a execução sumária, o assassino foi até o quarto para matar o irmão, Edson José Gonçalves, que levou quatro tiros.
 
ARMA “LENCOU”
 
Dentro do quarto, o autor do assassinato da idosa puxou o gatilho novamente contra o alvo, mas a arma “lencou” (falhou) e, com isso, Edson e a esposa entraram em luta corporal com Espicha. Após derrubar a arma, a cunhada da entrevistada arrancou o pedaço de madeira de um móvel e desferiu algumas “ripadas no assassino”, mas acabou baleada no braço.
 
CADEIRANTE VIU A ESPOSA MORRER
 
Vítima de um derrame 07 anos atrás, o marido de Eunice, que é cadeirante desde então, viu a companheira com quem viveu casado por 50 anos, ser assassinada na sua frente. Hoje, assustado com o que testemunhou, se mudou para a casa da filha que concedeu esta entrevista.
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