Nesta semana, os vereadores de Ji-Paraná protagonizam uma situação, no mínimo, estranha: querem cassar Brunno Carvalho (Solidariedade), colega de parlamento por apenas “fiscalizar a Prefeitura”, papel previsto na Constituição Brasileira, por exemplo.
Brunno Carvalho pediu informações à Prefeitura de Ji-Paraná sobre devedores que seriam beneficiados por um Projeto de Lei para a renegociação de dívidas junto ao município. A solicitação foi negada.
Diante da negativa, o vereador encaminhou pedido ao Ministério Público Estadual para saber quem seriam os eventuais beneficiários (inicialmente 400, sendo 200 pessoas jurídicas e outras 200 físicas) da propositura caso se transformasse em lei.
Para o espanto do vereador que é jornalista, a busca pelo órgão de fiscalização e controle “atentou contra a dignidade” da Câmara e resultou em um pedido de cassação do mandato dele que pode vir acontecer ainda nesta semana.
Documento que instalou a comissão processante que pode cassar Brunno Carvalho
A reação bizarra dos vereadores contra o colega Brunno Carvalho pode ter uma explicação: o presidente da Câmara Municipal é Welinton Fonseca, conhecido como Negão (MDB), filho do prefeito de Ji-Paraná, Isaú Fonseca (MDB) e que está controlando a cidade com mão de ferro ou como se fosse o quintal da sua casa.
Diante dessa situação inédita, o presidente estadual do Solidariedade, Daniel Pereira, emitiu nota dando apoio ao parlamentar:
Tretas
De acordo com informações de jornalistas da segunda maior cidade do estado, as brigas no município continuam. Mais uma vez, a polêmica envolve o prefeito Isaú Fonseca que expulsou na última segunda-feira (06) do próprio gabinete, o vice-prefeito Joaquim Teixeira (MDB).
Um dos motivos seria porquê o filho do prefeito (Welinton Fonseca) é pré-candidato a deputado estadual e o vice-prefeito também estaria disputando uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa.
Isaú Fonseca não gosta do fato do vice ser pré-candidato a deputado e dele apoiar Marcos Rogério (PL)
Outro motivo, mais contundente, seria a opção do vice-prefeito pela candidatura do senador Marcos Rogério (PL) ao Governo e o prefeito Isaú apoiar a reeleição do governador Marcos Rocha (União Brasil).
Como não bastasse expulsar o vice-prefeito, Isaú também tomou as chaves da caminhonete de Joaquim e o proibiu de abastecer em postos de combustíveis autorizados pela prefeitura. Quem assistiu à cena, disse que os dois quase saem aos socos.
Joaquim Teixeira ficou sem caminhonete, sem poder abastecer em nenhum posto de combustíveis e ainda foi expulso do gabinete de Isaú
Ano passado, o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação dos mandatos do prefeito de Ji-Paraná e do vice. A ação foi movida depois da reprovação das contas relacionadas aos gastos durante a campanha eleitoral em 2020.
Segundo o MPE, durante análise dos dados foram encontradas irregularidades na prestação de contas, o que configura arrecadação e gastos ilícitos na campanha.