INTERESSES: Empresários e pastores pressionam pelo fim de feriados em Cacoal

Rivalidade entre católicos e evangélicos, além de interesses econômicos esquentaram debates na Câmara de Vereadores

INTERESSES: Empresários e pastores pressionam pelo fim de feriados em Cacoal

Foto: Divulgação

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Uma reunião na Câmara de Vereadores de Cacoal na quinta-feira (10) foi bastante tensa por causa do Projeto de Lei 01/2022, de autoria do prefeito Adailton Fúria (PSD).
 
A matéria quer extinguir de dois feriados municipais: Carnaval e a quarta-feira de Cinzas, o que divide opiniões da sociedade local, segundo parlamentares.
 
Empresários, pastores e o sindicato dos servidores públicos de Cacoal compareceram ao encontro.
 
Os empresários querem que os feriados sejam extintos por questão de corte de custos, já que há 20 anos, desde a instituição da Lei 1380/2002, pagam remuneração em dobro aos empregados quando abrem seus comércios na Quarta-Feira de Cinzas ou na Terça de Carnaval.
 
Ainda de acordo com alguns vereadores contrários ao projeto de lei, embora acabar com os feriados seja econômico para os empresários, há prejuízo da remuneração dos trabalhadores, e do descanso, quando o comerciante não quiser abrir o estabelecimento.
 
Vereador Paulo Henrique (PTB) é contra extinção de feriados em Cacoal - Foto: Divulgação
 
Mais detalhes
 
Já os pastores evangélicos que estiveram no encontro, manifestaram interesse na extinção dos feriados por questões religiosas, já que a data de Carnaval é uma tradição católica que inaugura o período da Quaresma.
 
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cacoal (Sinsemuc) quer garantir aos funcionários os dias de descanso assegurados pelos feriados.
 
Os vereadores Paulo Henrique, Toninho de Jesus e Edimar Kapiche já se manifestaram contra o projeto, por causa do prejuízo que eles causam ao trabalhador.
 
“Já está em tramitação no Congresso Nacional a inserção da terça feira de Carnaval como feriado nacional, dentro da Lei Federal 605/1949. Aqui, o prefeito quer acabar com o feriado. Em Brasília, o deputado Alexandre Frota quer colocar o Carnaval como feriado nacional”, explicou Paulo Henrique. 
 
Trabalhadores do comércio e seus representantes, assim como os católicos, não participaram da atividade. O prefeito Adailton Fúria, autor do projeto, também não compareceu.
 
O professor Francisco Xavier Gomes, jornalista, docente da rede pública estadual e liderança cultural e comunitária da cidade, pediu a palavra e saiu em defesa dos grupos ausentes ao encontro, defendendo a manutenção dos feriados.
 
Professor Xavier pediu manutenção de feriados na cidade para o bem dos trabalhadores - Foto: Divulgação
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