EXPULSO: Rondoniense relata humilhação com o sonho de morar nos EUA

Tática do “cai-cai”, que foi usada por muitos imigrantes, não cola mais nos EUA

EXPULSO: Rondoniense relata humilhação com o sonho de morar nos EUA

Foto: Divulgação

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Por telefone, a reportagem entrevistou um autônomo de 33 anos, morador de Ji-Paraná, que na semana passada retornou à terra natal após sofrer uma série de humilhações ao tentar entrar nos Estados Unidos acompanhado da esposa e do casal de filhos, de 05 e 13 anos.
 
Segundo o entrevistado, ele saiu de Ji-Paraná no dia 12 de fevereiro, e foi de van até Porto Velho, onde pegou um avião que fez escala no Panamá antes de aterrissar na Cidade do México. De lá, ele embarcou em outro voo para a cidade de Tijuana, que faz fronteira com a Califórnia, nos EUA.
 
Ali começava o sofrimento do imigrante, que foi extorquido em 100 dólares por guardas mexicanos. Após ser levado para uma sala da própria Imigração mexicana e depois para um abrigo, o jiparanaense foi de Uber para um hotel. No dia seguinte conseguiu chegar até o muro que separa Tijuana da cidade californiana de San Diego.
 
Como havia policiais prontos para prender quem pulasse o muro, o autônomo foi até onde começava a barreira e conseguiu finalmente entrar em solo americano. Após quatro horas de caminhada, o entrevistado foi preso e levado, junto com a esposa e os filhos, para uma cadeia em San Diego, onde passou 6 dias.
 
Nesta primeira prisão específica para imigrantes ilegais, o rondoniense teve que comer “burrito”, um prato típico mexicano que era o único alimento disponibilizado, e classificado por ele como de “gosto horrível”. Enquanto os guardas bebiam água mineral, a família era obrigada a matar a sede usando uma mangueira que ficava em cima de uma privada.
 
Transferido para outra cadeia em Yuma, uma cidade no Estado do Arizona, onde fazia um frio intenso, a família não recebeu cobertas. Após outros seis dias, quase todos os pertences do quarteto foram jogados fora, sendo permitido que eles ficassem apenas com dinheiro e pequenos objetos de valor.
 
Dali, o jiparanaense, que nas duas cadeias dividiu a cela com imigrantes de outras nacionalidades, antes de poder ficar junto ao filho (e a esposa ao lado da filha em outro cômodo com grades), foi levado de avião para a cidade de Phoenix, de onde foi deportado.
 
O entrevistado conta que calcula em pelo menos 150 pessoas o grupo deportado que desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG). “Quem estava com a família veio sem algemas, mas os solteiros, tanto homens quanto mulheres, viajaram algemados”, revelou.
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