O Senado aprovou uma lei que garante aos passageiros o direito de levar gratuitamente até 10 quilos de bagagem de mão em voos nacionais e internacionais. As companhias aéreas ficam proibidas de cobrar pelo serviço. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados antes de começar a valer.
A decisão parece uma vitória para os consumidores — afinal, quem nunca se irritou ao pagar caro por uma passagem e ainda ter que desembolsar mais por uma mala? Mas, no setor aéreo, nada é realmente gratuito. O custo apenas muda de lugar.
Em 2024, Gol, Latam e Azul faturaram mais de R$ 1,1 bilhão só com cobranças de bagagens despachadas. No início de 2025, esse valor já passava de R$ 330 milhões. Se essa receita acabar, as empresas devem compensar aumentando o preço das passagens ou cortando serviços.
Foi o que aconteceu no passado: quando a cobrança de bagagem foi liberada em 2017, prometia-se que os preços cairiam — o que nunca aconteceu. Agora, com a gratuidade, o efeito pode ser o oposto: o valor voltará embutido no bilhete.
O transporte aéreo é um setor caro e dolarizado, com altos custos de combustível, manutenção e impostos. Assim, qualquer mudança impacta diretamente o bolso do passageiro.
No fim das contas, a mala pode até sair “de graça”, mas o embarque provavelmente vai custar mais. No Brasil, o “grátis” quase sempre vem com um asterisco.