SEM CARNAVAL: Dicas para quem vai ficar em casa com filmes e outras diversões - Por Marcos Souza

Por Marcos Souza

28 de Fevereiro de 2025 às 15:13

Atualizada em : 12 de Março de 2025 às 09:12

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SEM CARNAVAL: Dicas para quem vai ficar em casa com filmes e outras diversões - Por Marcos Souza

Foto: Ilustrativa

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Tem início o período de folia momesma pelos próximos dias, com uma vasta programação para quem curte o carnaval. Temos a tradicional Banda do Vai Quem Quer levando uma multidão pelas ruas de Porto Velho no sábado (01), temos bailes, encontros, bares lotados tocando marchinhas de carnaval e muita, muita diversão. Para quem gosta é um prato cheio.

E, claro, tem aquelas pessoas que não gostam de carnaval e preferem outras diversões nesse período, lendo um livro, assistindo filmes nas plataformas de streamings - temos um ótimo pacote de serviços, como Netflix, Prime, MAX, Apple TV -. Para esse povo, como eu, que respeita o carnaval, mas prefere ficar em casa curtindo ler e assistir filmes e séries, vou disponibilizar algumas dicas ótimas para quem vai sentar na poltrona, pegar aquele balde de pipoca e beber um suco.

E A FESTA DO OSCAR?

Vamos lembrar que no domingo, 02, teremos a transmissão da festa da premiação do OSCAR pela Globo, depois de cinco anos fora da TV aberta - volta agora por conta do efeito “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, e as indicações para melhor atriz - com reais possibilidades de Fernanda Torres ganhar na categoria, o que seria um feito histórico para o Brasil -, melhor Filme Internacional - um prêmio dado como certo pelos especialistas e a imprensa estadunidense - e melhor filme, com uma indicação que não deve fazer efeito.

Essa transmissão vai ocorrer também no Canal TNT e no serviço de streaming do MAX simultaneamente a partir das 20h. Ou seja, é o Brasil - pelo menos uma boa parte - na maior festa do cinema mundial, com direito a torcida e tudo.

Vou indicar abaixo dicas três produções que as pessoas pouco conhecem ou ficam escondidas no streamings, e que valem a pena conhecer e ficar perplexo, são dois filmes e um documentário. Segue o fio e ótima diversão:

INFECTADO - Filmaço de terror que eu havia assistido há um tempo e revi esses dias, contiua ótimo, é uma história de pegada. sem pausa e enrolação, já vai direto para a ação com uma trama misteriosa e impressionante que é revelada aos poucos.

"Infectado" (Aflicted/2013), é uma produção canadense que se tornou famosa em festivais de filmes fantásticos e no mesmo estilo do espanhol "Rec" (2008), em found footage.

Dirigido e estrelado pela dupla de atores - que curiosamente utilizam os nomes reais -, Derek Lee (Derek) e Cliff Prowse (Cliff), eles são dois grandes amigos e que resolvem fazer um documentário em tempo real que é divulgado num vídeo blog pela Internet.

Quando Derek descobre que tem uma doença terminal no cérebro por causa da inflamação de suas veias na cabeça decide dar a volta ao mundo visitando lugares onde ainda não esteve, então ele convida seu melhor amigo, que é documentarista, para registrar tudo.

Levando equipamentos e várias câmeras, algumas acopladas na roupa de Cliff, a rota tem início na Europa, com os dois chegando numa cidade rural da Itália.

Depois de uma noitada num bar, Derek sai com uma mulher e no dia seguinte descobre que foi atacado por ela, recebendo uma forte pancada na cabeça e um ferimento.

Mesmo diante desse incidente os dois resolvem continuar com a viagem e o registro diário. Mas Derek começa a sentir mudanças físicas que afetam o seu corpo gravemente e tenta esconder de Cliff. Principalmente dores de cabeça e uma força sobrenatural que provoca um distúrbio psicológico.

Ainda na Itália Cliff percebe que Derek tem uma mudança física preocupante e está adquirindo hábitos estranhos durante a noite, o que inclui habilidades peculiares.

Esse filme é uma pancada pelo ritmo frenético como é feito com o jogo de câmeras - filmadas em primeira pessoa - e planos sequências longos. O interessante também é a edição se ater sem cortes aos efeitos da força sobrenatural de Derek com saltos, e violência com que provoca alguns ataques.

Tecnicamente incrível.

Grande filme com um final aberto. Mas durante os créditos tem uma sequência final assustadora e surpresa. Está disponível no catálogo do serviço de streaming da HBO Max.

A CASA DO MEDO - INCIDENTE EM GHOSTLAND - Sufocante, tenso e histérico terror psicológico de 2018, escrito e dirigido pelo cineasta francês Pascal Laugier - o mesmo do violento "Martyrs" (2008) -, é divisível e dos mais brutais já realizados.

Começa de forma despretensiosa com citação do escritor clássico H.P. Lovecraft, e envereda ao mostrar uma mulher, Pauline (Mylène Farmer), que herdar uma velha casa de sua tia e decide morar lá com suas duas filhas, Beth (Emilia Jones), pré adolescente que quer se tornar escritora de livros de terror, e Vera (Taylor Hickson), a mais velha, adolescente que vive implicando com a mais nova.

Após cruzarem com uma misteriosa Van colorida na autoestrada, na primeira noite quando chegam na casa, que fica distante da cidade, percebem que se trata de um lugar antigo e cheio de bonecas, tralhas e tem uma peculiar decoração macabra.

Em seguida o lugar é atacado por violentos invasores e Pauline faz de tudo para proteger as filhas numa noite marcada pela violência e causando trauma nas meninas.

Dezesseis anos depois, elas são adultas. Beth se tornou uma escritora famosa e rica, bem casada e com um filho pequeno. Após lançar seu mais recente livro que conta o que aconteceu naquela noite, ela recebe uma misteriosa ligação da irmã pedindo socorro.

E resolve voltar sozinha à velha casa, pois a mãe e sua irmã Vera continuaram morando lá, para saber se aconteceu algo grave. Mas ao retornar se depara com coisas estranhas, principalmente envolvendo Vera, que vive um trauma permanente no que parece ser auto mutilação e por não ter conseguido superar o que aconteceu naquela fatídica invasão.

Numa série de eventos estranhos e misteriosos Beth se depara com o inesperado. Levando a um pavor íntimo que transforma sua vida num pesadelo.

Basta. Vem então um plot twist surpreendente e chocante. A reviravolta que nos leva a um levante de cenas perturbadoras e brutais. Com uma agonia tensa incrível.

"A Casa do Medo - Incidente em Ghostland" tá disponível nos serviços de streamings da Prime Vídeo.

ASSASSINATO NAS PROFUNDEZAS - Documentário dinamarquês de 2020, "Assassinato nas profundezas", disponível no serviço de streaming da Netflix, mostra o misterioso desaparecimento de uma jornalista sueca que embarcou num passeio no submarino construído pelo empresário e gênio da engenharia, Peter Madsen - uma figura famosa e adorada na Dinamarca pelo seu desprendimento empresarial e de construtor.

Esse é um documentário nascido de um outro registro que trouxe à documentarista Emma Sullivan um dos mais sinistros e aterrorizantes casos de crime já registrados na Dinamarca.

O notável desse documentário é conhecermos uma pessoa simpática, afável e inteligente que esconde um segredo pavoroso, o que deixou perplexo toda uma comunidade científica e assusta nós espectadores.

Peter Madsen, junto com a ajuda de estagiários voluntários - geralmente estudantes de engenharia eletrônica - pretendem construir um foguete para breve ir ao espaço. Com recursos provenientes de doações e do seu trabalho como engenheiro ele vem montando o maquinário em um grande angar e oficina.

Após o sucesso da construção do submarino de pequeno porte, ele acaba se tornando famoso e exaltado.

A videodocumentarista Emma Sullivan resolve então acompanhar por meses a aventura da construção do foguete que pode levar um astronauta amador ao espaço, mostrando passo a passo tendo Madsen como o condutor do documentário, entrevistando-o constantemente.

Porém, no dia dez agosto de 2017 uma jornalista, Kim Wall, embarca no submarino junto com Peter para fazer uma reportagem. Menos de 24 horas a mulher desaparece misteriosamente logo após um acidente provocar o afundamento da embarcação, e as suspeitas recaem sobre Madsen - que escapa ileso e diz apenas que a deixou num restaurante sueco.

A partir desse início perplexo a diretora contextualiza todo o fascínio das pessoas em torno de Madsen, um homem que quer ir muito além do seu limite através da ciência e engenharia, mobilizando admiradores, para revelar aos poucos a natureza brutal do que aconteceu a jornalista acompanhando junto à imprensa toda investigação policial em torno do caso.

A diretora teve a sorte de juntar um farto material de entrevistas com Peter e que ela inclui em pontos importantes da narrativa para desfragmentar o sujeito com uma quebra de tempo que o mostra meses, semanas, dias e horas antes dele sair com a jornalista Kim. Justo esse material vai nos mostrando a verdadeira face do empresário e partes desses vídeos foram utilizados no julgamento dele.

A última entrevista mostrada por ela no fim do documentário, dada por ele 11 meses antes do trágico passeio no submarino é uma das coisas mais assustadoras que eu já vi.

Direito ao esquecimento

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