Prefeitura de Porto Velho guarda ônibus escolares no 5º BEC; ex-senadora dá conselho para PM; policiais moram próximos de bandidos e se tornam alvos; PP e a poesia
Foto: Divulgação
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Medo
Uma cidade sob o signo do medo! Assim podemos descrever Porto Velho nesses últimos dias. Ônibus queimados, escola atacada, ruas vazias, tiroteios entre criminosos e forças de segurança. A noite de quarta-feira (15) para quinta-feira (16) foi uma das mais violentas, marcada por cinco assassinatos em questão de poucas horas. O bando Comando Vermelho decidiu medir poder com o Estado após a morte do criminoso José Maria Ramos Bispo (38), conhecido como “Biu do CV”, ocorrida na Vila DNIT, no último dia 08, durante uma troca de tiros com a polícia. A vingança por essa morte foram os assassinatos do policial militar Fábio Martins de Andrade Cardoso, 38, no Condomínio Orgulho do Madeira, e do ex-policial penal Francisco de Assis Oliveira, 56, em um restaurante na zona Sul da cidade, ocorridas no domingo (12), na capital. Com uma tropa revoltada pela morte dos colegas, policiais foram para as ruas e uma operação de guerra chamada ‘Aliança Pela Vida’ foi montada de caçada aos membros do Comando Vermelho, facção acusada de estar por trás das execuções de Fábio e Francisco.
Caçada
Desde então, Polícias Militar, Federal, Rodoviária Federal, Civil, Penal e Força Nacional estão na caça para desmontar a estrutura de comando da facção. O bando criminoso tem reagido e tido baixas fatais e muitos marginais presos. A ação tem se desenvolvido em toda a capital, com blitzes e uma varredura no Condomínio Orgulho do Madeira, já que muitos bandidos fizeram desse conjunto habitacional um quartel general da facção. Mas é bom ressaltar que a maioria dos moradores do local são trabalhadores, gente de bem que também sofre por ter que conviver com os marginais diariamente. Eles expulsam famílias, praticam roubos, fazem julgamentos, traficam drogas, matam e, o pior de tudo isso, arregimentam os jovens para as fileiras do crime, garantindo assim uma mão de obra barata e renovável sempre.
Apoios para RO
Nessa luta contra essa gangue criminosa foi necessário o Governo de Rondônia pedir ao Governo Federal o reforço da Força Nacional, sendo, prontamente, atendido. Apoio também veio dos Estados vizinhos (Acre, Amazonas e Mato Grosso) com policiais e equipamentos para tentar garantir a ordem na capital rondoniense. O resultado desse conflito foram 28 veículos destruídos pelo fogo, incluindo 13 ônibus escolares, além de 12 mortos.
5º BEC
Os veículos escolares, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), estavam nos distritos de Jaci-Paraná e União Bandeirantes. Como seguro morreu de velho e temendo que mais ônibus de transporte de alunos fossem alvos dos bandidos, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, pediu para guardar o restante da frota no quartel do Exército. Pelo menos aparentemente, lugar mais seguro na capital não há. Decisão acertada! O problema será repor esses veículos que tanto ajudam, todos os dias, levando e trazendo estudantes dos locais mais distantes do município. Sinceramente, a pena para quem faz esse tipo de crime, destruindo patrimônio público como escolas, hospitais, órgãos públicos ou equipamentos públicos deveria ser dobrada e considerado crime hediondo. Sim, é a destruição do bem construído com o dinheiro do pagador de impostos e usado por toda a comunidade.
Políticos
E nessa onda de combate aos crimes merece um capítulo à parte a atitude de alguns políticos locais que, para mostrar trabalho, começaram a dizer que fizeram ofícios pedindo apoio para a segurança pública local. Aliás, teve vereadora afirmando que a Força Nacional de Segurança veio para Rondônia após um pedido feito por ela ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Gente, menos! O Governo do Estado já havia feito esse pedido de apoio. O pedido da parlamentar até foi feito, mas não que foi a partir dele, que o Governo Federal se mobilizou para enviar a Força Nacional.
Fátima Cleide
E nesse momento de pânico na cidade, eis que surge a ex-senadora Fátima Cleide (foto) para dizer em um comentário em uma postagem do coronel Braguim, comandante da PM de Rondônia, numa rede social. Em tom de crítica, ela escreveu que a “PM não foi criada para matar. Para neutralizar, pode usar outros métodos que não seja o cancelamento de CPF. PM que mata não traz segurança a ninguém. Bora estudar outros métodos”. A opinião da petista até merece ser debatida, mas não nesse momento. Além disso, com a população acuada e temendo as ações dessas gangues, os moradores só querem uma coisa nesse momento, segurança para ir trabalhar e tocar a vida. Isso só quem garante são as forças de segurança. A verdade é que o comentário de Fátima Cleide deve ter arranhado ainda mais a imagem da esquerda em vários setores da sociedade rondoniense. Ela poderia ter feito um trabalho muito melhor para o partido, se tivesse ficada calada!
Criminosas
Em meio a essa necessária repressão às facções criminosas um fato tem chamado a atenção das autoridades. Trata-se do número de mulheres presas por participarem ativamente das facções criminosas, exercendo papéis liderança. Nos últimos dias, o braço feminino do Comando Vermelho sofreu algumas baixas, com as capturas de Natália C.C, conhecida por Nati do CV e Nádia A.O, chamada de Morena Perigosa; e Vitória do CV. Além dessas, está sendo procurada Hiasmim Carvalho da Silva, 23, "Morena Problemática". Segundo a delegada Leisaloma(foto), que comanda a Delegacia de Homicídios em Porto Velho, as mulheres estão em ascensão nas facções, substituindo os homens que, muitas vezes, são namorados ou maridos delas e se encontram presos. Ela observou que as posições ocupadas são de decisão e que muitas das ações que ocorreram nos últimos dias em Porto Velho foram arquitetadas e colocadas em práticas por orientação dessas mulheres.
Poder
“Como delegada, observo com preocupação a ascensão de mulheres no crime organizado, algo que tem se tornado mais evidente nos últimos anos. Antes, a participação feminina era mais restrita a papéis secundários, mas hoje vemos mulheres ocupando posições de destaque em facções e liderando atividades criminosas. Isso reflete tanto uma mudança na dinâmica do crime quanto uma consequência de problemas sociais, como a falta de oportunidades, desigualdade e violência de gênero. Na minha opinião, para enfrentar essa realidade, é fundamental investir em políticas públicas que ofereçam alternativas concretas para essas mulheres, como educação, capacitação profissional e apoio psicológico. Além disso, é essencial combater a violência doméstica e estruturar programas que auxiliem na reinserção social, mostrando que é possível reconstruir a vida longe do crime”, avaliou Lisaloma.
OAB
Na sexta-feira (17), dois marginais que teriam participado dos ataques criminosos resolveram se entregar. A Comissão de Direitos Humanos da OAB intermediou as rendições. O motivo alegado pelos dois foi que estavam com medo de morrer. Não pensaram sobre isso antes! Mas a ação da OAB fez muita gente se questionar que as famílias das vítimas não tiveram a mesma atenção. Parte da população não entendeu esse trabalho da entidade representativa dos operadores do direito. A OAB emitiu uma nota explicando a posição em relação a intermediação da rendição. Veja o texto.
Moradia de policiais
A morte do policial militar Fábio Martins de Andrade Cardoso, 38 anos, que foi um dos motivos que desencadeou toda essa situação traz um assunto que merece ser visto com toda atenção por parte do Governo de Rondônia. A questão da moradia para os policiais militares, especialmente, os de baixa patentes. Os oficiais moram em condomínios fechados, seguros e, dificilmente, terão como vizinhos membros de facções criminosos tocando o terror nos moradores. Sem querer ser preconceituoso, mas Fábio morava com a família em um local em que as facções criminosas dominam. Isso o tornava um alvo em potencial e que, infelizmente, acabou sendo atingido e perdeu a vida. Com o crescimento e organização das facções do crime, ser policial implica em ter muito cuidado onde morar. O governo do Estado deveria avaliar também que investir em qualidade de moradia também é investir na qualidade da polícia. Do que adianta ter viatura nova, prédios novos para a corporação se os policiais moram cercados de bandidos?
Cadê?
Uma pergunta feita por muitos moradores de Porto Velho durante essa semana de terror na capital foi: cadê o governador Marcos Rocha? Para quem pretende continuar na política, a ausência dele nesse momento causou muitos questionamentos. Mas a verdade é que o secretário da Sesdec, Coronel Vital(foto), está mostrando coragem e um trabalho de qualidade no enfrentamento a esses grupos criminosos que infernizam a vida dos rondonienses.
Meio Milhão de Reais
E aquela história que abordamos na coluna passada sobre um jornal impresso que no apagar das luzes da administração do ex-prefeito Hildon Chaves, recebeu R$ 500 mil reais em verba de publicidade está rendendo e pode deixar muita gente em situação complicada. O Tribunal de Contas de Rondônia abriu um procedimento para investigar melhor como foi feita essa negociata e o que foi feito com esse meio-milhão de reais. Estamos acompanhando o andar dessa carruagem!
PP
E o Partido Progressista em Rondônia está igual ao poema “Quadrilha”, de Carlos Drumond de Andrade. Aliás, antes que deturpem o título do poema em relação ao partido político, aviso que não tem nada a ver. No poema, o grande poeta mineiro trata das desilusões amorosas e dos desencontros da vida. No caso do PP-RO, o grande cacique e ex-presidente da sigla, é o ex-governador Ivo Cassol que, por enquanto, não pode retornar à vida política devido a inelegibilidade. Pois bem, ele tirou a presidência do partido da irmã, Jaqueline Cassol, em um movimento que abalou o relacionamento de ambos. Ficou por um tempo na presidência e, agora, deixa o cargo máximo na agremiação, para que a deputada federal Silvia Cristina assuma o comando. As especulações é de que Cassol está apostando que, com a minirreforma eleitoral que está sendo analisada no Congresso Nacional, ele possa retomar os direitos políticos e estar apto para disputar o Governo de Rondônia em 2026. Cassol sabe jogar o jogo da política e não dá ponto sem nó! Sobre o poema “Quadrilha”, veja aqui!
Semfaz
“A casa precisa ser arrumada”! Assim o secretário municipal da Fazenda, Wagner Garcia, e o sub-secretário da pasta, Ary Carvalho(foto), definiram a situação das contas da Prefeitura de Porto Velho. Eles estiveram na última semana no Programa Conexão Rondoniaovivo, e na conversa com o jornalista Ivan Frazão fizeram um balanço da situação financeira do município. Diga-se de passagem, nada animadora. Veja a entrevista aqui.
Léo Moraes
Quem também esteve no Programa Conexão Rondoniaovivo foi o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes. Ele fez uma análise desses primeiros dias ocupando o comando da capital. Ele adiantou que trabalho é o que não falta e que enquanto outras capitais estão discutindo inserção tecnológica, nossa cidade está debatendo saneamento básico. “Ainda temos muito o que melhorar para termos uma cidade mais justa para o cidadão portovelhense”, falou. Diga-se de passagem, ele é o único nome de peso da política local que está mostrando a cara nesse momento difícil da cidade. Vai se fortalecer ainda mais junto ao eleitor! Assista aqui a conversa com o prefeito Léo Moraes!
Bom de Volante
Eis que chega para a coluna a informação que um advogado, usando um carro importado, protagonizou uma fuga alucinada pelas ruas da capital em uma noite dessas. Segundo a fonte, ele teria bebido um pouco além do permitido horas antes em uma confraternização de final de ano e, no caminho de volta para casa, topou com uma blitz da Lei de Seca. Sabendo que não iria escapar, ele colocou em prática as habilidades como motorista e empreendeu fuga. Os policiais saíram em perseguição, mas não deram conta de deter o habilidoso ás do volante que, depois de muito zigue-zague, conseguiu entrar na garagem do prédio em que mora. Os policiais tentaram entrar, mas não foram autorizados pela portaria, por se tratar de uma propriedade privada. Segundo dizem, desde esse episódio, o carro importado usado na fuga, nunca mais saiu da garagem.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!