No início desta semana, o portal Rondôniaovivo publicou um pedido de socorro de um paciente internado há 61 dias no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho. O homem aguarda uma cirurgia com apoio de neuromotorização, mas a falta de profissionais especializados no estado tem atrasado o procedimento.
Em resposta à publicação, o secretário estadual de Saúde, Jeferson Ribeiro, esclareceu que Rondônia não dispõe de especialistas capacitados para realizar esse tipo de cirurgia. “Possivelmente há um ou dois profissionais na região Norte. Neste caso, fazemos a compra do serviço, que inclui os equipamentos necessários para todo o procedimento”, explicou o secretário.
No entanto, o processo de aquisição esbarrou em dificuldades. Segundo Jeferson Ribeiro, a empresa contratada para prestar o serviço desistiu do contrato na fase de homologação, alegando incapacidade de atender pelo valor ofertado. “Por esta razão, o processo foi declarado deserto e fracassado”, disse o secretário, que afirmou ainda que a Sesau irá relançar o processo de compra na tentativa de resolver o problema.
Apesar das justificativas, o caso levanta questionamentos sobre o uso do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), um benefício do Sistema Único de Saúde (SUS) destinado a pacientes com doenças de média e alta complexidade que não podem ser tratadas no local de origem. Diante da ausência de profissionais no estado e da longa espera, por que o paciente não foi incluído no programa para receber atendimento em outra unidade do país?
A situação expõe uma falha no fluxo de assistência à saúde em Rondônia e reforça a necessidade de soluções mais ágeis para pacientes em situações críticas. Enquanto isso, o homem permanece internado, sem previsão para a realização da cirurgia que aguarda há mais de dois meses.