Com o recente aumento gradual do nível do Rio Madeira, o transporte de cargas no Porto de Porto Velho deve retomar sua plenitude ainda no mês de novembro, segundo Fernando Parente, diretor presidente da Sociedade de Portos de Porto Velho (SOPH). O Rondoniaovivo entrevistou o presidente nesta terça-feira (05).
‘A crise hídrica vem mais ou menos desde meados de julho, mas já vem gerando efeito um pouco antes. As ações que geralmente a gente [do Governo e da SOPH] toma no período da baixa do rio foram antecipadas’, contou o presidente - em referência a suspensão da navegação noturna no Rio Madeira.
Como contou o jornal, no dia 11 de julho a Marinha publicou uma portaria que restringiu o trânsito de embarcações no Rio Madeira durante o período noturno por um prazo indeterminado. Por causa da seca, comboios e demais embarcações estavam impedidos de navegar durante a noite no trecho que compreende Porto Velho (RO) a Novo Aripuanã (AM).
‘Na época da estiagem, a navegação noturna normalmente é proibida em agosto. Foi antecipada [este ano]’, contou. Parente também chegou a mencionar a redução na capacidade de transporte das embarcações que ainda conseguiam navegar pelo rio. Embarcações que, por exemplo, transportavam até 2 mil toneladas por barcaça, passaram a transportar com um alívio de carga, carregando 'apenas' 600 toneladas. ‘Isso é um problema sério com relação ao custo da mercadoria da carga transportada’, disse.
Apesar do parâmetro histórico observado muito recentemente no rio, o nível da água voltou a subir. Segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), de 23 de outubro - quando o Madeira registrou uma cota mínima histórica de 30 cm e a movimentação de cargas foi interrompida -, até o presente dia da publicação deste texto o nível da água subiu 126 cm.
GRÁFICO: Cota do Rio Madeira vem aumentando lentamente / Captura de tela de SGB.
Mesmo que essa cota ainda caracterize uma seca intensa, a previsão de Parente é de que ‘até o dia 15 [ou] até o final de novembro o Porto esteja na plenitude para o transporte de cargas.’