O jornal
Rondoniaovivo quer apurar a opinião dos leitores frente à um assunto pertinente no debate público. Você votaria em um candidato que defende o meio ambiente?
Com as eleições municipais marcadas para outubro deste ano, o assunto da proteção do meio ambiente voltou a ressoar no coral composto por candidatos aos cargos de vereador e prefeito em diversas cidades do Brasil. A consciência ambiental brasileira tem aumentado, ao passo que segue
(e é perseguida) por debates globais em relação à proteção de biomas nacionais – em especial a Amazônia e o Cerrado.
Isso tem motivado candidatos, principalmente do Sul e do Sudeste do país, a reforçarem o compromisso com a defesa da natureza. Apesar disso, em Porto Velho (RO), as mudanças climáticas e a defesa do meio ambiente se tornaram ‘antipautas’ no debate político da esfera municipal, segundo o cientista político João Paulo Viana, cientista político da Universidade Federal de Rondônia ouvido por Mariana Vick, do
Nexo Jornal.
Os candidatos da capital, e também no interior, parecem fugir do tema – tanto nas redes sociais, quanto nos debates, como nas publicidades eleitorais. Como contou o Nexo, os dois principais candidatos ao título de prefeito da capital (
Léo Moraes, do Podemos e
Mariana Carvalho, do União Brasil) pouco tratam das causas e dos efeitos da poluição do ar e das mudanças climáticas.
Moraes não aborda de maneira aprofundada as queimadas, a seca ou a mudança climática em seu programa de governo – mas diz que Porto Velho ‘tem um compromisso com o planeta’ por estar na Amazônia.
Carvalho fala em ‘somar esforços’ no combate ao desmatamento ilegal e às queimadas urbanas – mas não cita a mudança climática ou as relações que o tema tem com os problemas ambientais enfrentados pela cidade.
Por sucessivos dias a capital rondoniense atingiu e superou recordes na queda da qualidade do ar. Como contou o Rondoniaovivo, muitas vezes os ventos porto-velhenses foram classificados como
‘insalubres’ e ‘perigosos’ por causa da fumaça proveniente de queimadas que acontecem em Rondônia e no sul do estado do Amazonas.
Além disso, houve piora nos
efeitos colaterais da estiagem. Mais severa que o ano passado, a seca tem afetado os níveis do Rio Madeira de maneira alarmante. O baixo nível do corpo d’água prejudica o escoamento da produção de pequenos agricultores e dificulta a navegação de embarcações que transportam combustíveis e outras mercadorias.
Viana, o cientista político da Unir ouvido pelo Nexo, afirma que Porto Velho pode ser considerada a capital brasileira mais bolsonarista do país. Jair Bolsonaro, ex-presidente que apoia a atual candidata do União Brasil, é reconhecidamente
anti-meio-ambiente.
“[O eleitor] fala que o meio ambiente é importante, que não aguenta mais, que
crianças e idosos estão passando mal, mas a economia é mais importante. A classe política acaba mantendo o tema afastado porque ele não dá voto”, disse o cientista.
“As pessoas que dependem do rio estão sentindo diretamente o que está acontecendo, mas isso atinge mais os
mais pobres. O indivíduo rico não está preocupado com isso em termos econômicos”, completou.
Você, leitor do jornal, daria preferência à um candidato que defende o meio ambiente? A qualidade do ar, as queimadas e a seca influenciam o seu
voto? Expresse sua opinião na nova enquete do Rondoniaovivo, que pode ser conferida abaixo.
Você votaria em um candidato que defende o meio ambiente?
A) Sim, pois precisamos focar na defesa do meio ambiente
B) Não, pois acho melhor que o mundo se acabe em fumaça e fogo
C) Não sei