MEIO AMBIENTE: Rioterra inova em tecnologias sociais na Amazônia

Ações de restauração centradas na agricultura familiar estão na base das ações climáticas e de conservação da biodiversidade

MEIO AMBIENTE: Rioterra inova em tecnologias sociais na Amazônia

Foto: Divulgação

Eventos climáticos extremos como o ocorrido no Rio Grande do Sul, parecem cada vez mais presentes em nossas vidas.  Cientistas do mundo inteiro tem se debruçado em buscar formas tanto para se adaptar a essas mudanças como mudar práticas sociais para evitar que ocorram.   Uma das formas mais eficientes de remover gases de efeito estufa da atmosfera (gases responsáveis pelo aumento de temperatura) é o plantio de árvores. Todos estudamos na escola que as plantas removem dióxido de carbono (CO2) da atmosfera para produzir energia, processo chamado fotossíntese.

 

Como resultado desse processo, liberam oxigênio. Assim, a recuperação de ecossistemas é uma forma não apenas eficiente, mas a mais barata e com o maiores co-benefícios conhecidas pelo homem para reduzir os impactos ambientais decorrentes das mudanças climáticas, percebidos em diversos lugares do mundo. No dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, período oportuno para ampliar os debates sobre os problemas ambientais e apresentar alternativas para criar uma postura crítica e ativa sobre o tema. A mudança de comportamentos e a compreensão sobre o funcionamento dos ambientes naturais são determinantes para o futuro dos ecossistemas globais e da população humana.

 

É nesse contexto que as soluções regionais se tornam essenciais para a soma de alternativas para o equilíbrio ambiental. As ações de reflorestamento dos projetos realizados pelo Centro de Estudos Rioterra são pensados de forma holística, como meio para primeiramente, conservar o patrimônio biológico amazônico, mas também onde isso não foi possível, recuperar a diversidade biológica, associando modelos que integram desenvolvimento socioeconômico, reduzindo a vulnerabilidade social de agricultores familiares na região amazônica e consequentemente a pressão sobre os recursos naturais.

 

De acordo com a presidente da Rioterra, Fabiana Barbosa gomes, Doutora em Geografia na área de evolução de paisagens,  pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a instituição inova em pesquisas e na implantação de tecnologias sociais com modelos de produção sustentáveis conciliando a restauração de áreas degradadas com a obtenção de benefícios para as comunidades atendidas, como uso de sistemas agroflorestais.

 

Os sistemas agroflorestais (SAFs) são apontados como uma das alternativas econômico-ecológicas viáveis de produção agrícola e podem tornar produtivas áreas degradadas, melhorando sua função social e ecológica. Os sistemas agroflorestais são importantes alternativas para a Amazônia, pois além de promovem o aumento no nível de carbono orgânico no solo, acumulam carbono ao longo do tempo, que podem recuperar quantidades perdidas durante a derruba e queima de florestas primárias, podendo funcionar como banco de estoque de carbono, recuperando entre 54% e 82% do carbono contido na floresta, num período de apenas 15 anos.

 

As vantagens para o uso deste tipo de sistema de cultivo na Amazônia em relação aos convencionais, tanto econômicas, como ambientais, são várias, entre as quais a combinação de produtos de mercado e de subsistência que permitam limitar os riscos assumidos pelos agricultores familiares, sejam eles riscos climáticos ou riscos de mercado; a diversidade de espécies permite a obtenção de um número maior de produtos e/ou serviços a partir de uma mesma unidade de área, tanto para a subsistência da família quanto para o mercado; a área com sistema agroflorestal pode ser usada permanentemente, minimizando a necessidade de derruba e queima de novas áreas e aumentando as chances de fixação do homem no campo; e a alternativa para aproveitamento de áreas já alteradas ou degradadas, evitando que outras novas sejam abertas. Também diminui a demanda de fertilizantes em razão da eficiente ciclagem e da adubação orgânica, melhora as propriedades físicas e biológicas do solo e permite a preservação da biodiversidade.

 

Apenas nos último dez anos, o Centro de Estudos Rioterra produziu e distribuiu aproximadamente  oito milhões de mudas contribuindo com a conservação de aproximadamente 110 espécies entre nativas florestais e frutíferas, sendo destas, sete ameaçadas de extinção. Com a distribuição gratuita de mudas, foram beneficiados mais de 4.600 agricultores familiares, somando mais de seis mil hectares de áreas reflorestadas. A Rioterra também oferece ações de educação l, atividades de formação, assistência técnica e estruturação de negócios.

 

O coordenador geral de projetos da Rioterrra, Alexis Bastos, Pós-Doutor em dinâmicas de carbono em solos tropicais pela UFPR, destacou a importância da atuação em redes com parceiros, como forma de ampliar os impactos positivos gerados pelos projetos. Também ressaltou a ampliação de parcerias com setores produtivos com países do continente africano como forma de fortalecer a cooperação Sul- Sul global, uma vez que lidam com desafios semelhantes e possuem amplo conhecimento que pode ser absorvido na Amazônia.

 

Conservação da biodiversidade

 

Como os agricultores conseguem produzir melhor e em maior quantidade em menores unidades de área, os projetos desenvolvidos  evitam a perda de ambientes e a fragmentação de habitats, uma vez que não há a necessidade de se ampliar as  áreas produtivas e tão pouco de realizar a agricultura itinerante, muito utilizada na Amazônia por famílias em situação de vulnerabilidade, devido a perda de nutrientes nos primeiros anos de produção e a incapacidade de se repor a fertilidade dos solos.  Esses trabalhos são acompanhados de ações formativas que proporcionam melhoria na gestão dos recursos naturais de acordo com as vocações regionais. A Amazônia exerce funções importantes para os sistemas globais, influenciando o ciclo do carbono no planeta e os sistemas hidrológicos hemisféricos. Além das ações de conservação, entre as contribuições da Rioterra está a recuperação de área florestada, ampliação de corredores ecológicos e reestabelecimentos de habitats para fauna e a recuperação focadas em aumentar a resiliências das bacias hidrográficas, contribuindo para manutenção das condições de abastecimento de água nas propriedades rurais. 

 

O agravamento das questões climáticas deve estar no centro das discussões políticas e de modelo de sociedade que desejamos construir. Seus impactos afetam diretamente aqueles com menor capacidade de adaptação, mas no médio e longo prazo, toda sociedade. Nesse dia Mundial do Meio Ambiente pense em suas práticas e com você pode ajudar a diminuir sua pegada de carbono. Pensar global e agir local! Assim podemos fazer mais pelo mundo e por aqueles que estão em situação de vulnerabilida

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