A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Rondônia (ADUNIR), Seção Sindical do ANDES - Sindicato Nacional deliberou no dia 19 de março de 2024, acompanhando as deliberações das demais seções sindicais do ANDES-SN, a deflagração de greve dos professores da UNIR a partir do 15 de abril (segunda-feira).
A pauta dos professores é:
1) Reajuste salarial, conforme reivindicação do conjunto do (a)s servidores(a)s público(a)s que corresponde a 7,06% em 2024, de 7,06% em 2025, de 7,06% em 2026;
2) Destinação de orçamento público em condições ideais para as Universidades e Institutos Federais;
3) Reestruturação da carreira docente com valorização das condições de trabalho; 4) Revogaço de medidas antissindicais, antidemocráticas e contrarreformas;
4) Que a Universidade Federal de Rondônia respeite o resultado da consulta à comunidade para a escolha de vice-reitor realizada em dezembro de 2023;
5) Melhoria das condições de trabalho dos docentes e técnicos administrativos em todos os campi da universidade.
A greve na UNIR já tem a adesão dos professores do campus de Porto Velho e dos campi do interior. Vários cursos têm adesão de 100% dos professores, como os cursos de Medicina, Direito, Jornalismo, Economia, Administração, Enfermagem, História, Biblioteconomia e Ciências Sociais. A adesão parcial avança em todos os cursos.
SITUAÇÃO CAÓTICA NAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS
O orçamento para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) em 2024 teve um corte de R$ 310 milhões, aumentando ainda mais a crise vivida nas universidades, seguindo a mesma política de cortes de governos anteriores. Entre 2010 e 2021, os cortes no orçamento para custeio foram de 37%, enquanto os investimentos sofreram uma redução de cerca de 70%. O MEC teve um aumento de orçamento de 14,14% de 2023 para 2024, mas as universidades federais tiveram uma diminuição de quase 5% entre 2023 e 2024. O orçamento do MEC em 2023 foi de R$ 158.963.838.553,00 e em 2024 é de R$ 181.441.420.912, aumentando 14,14%. O orçamento das universidades federais em 2023 foi de R$ 6.268.746.880, mas em 2024 o orçamento dessas instituições é menor, de R$ 5.957.807.724, uma queda de R$ 310.939.156, o que significa 4,96% de corte.
Segundo a presidente da ADUNIR, Prof. Marilsa Miranda de Souza, “A política de redução do orçamento tem como resultado o sucateamento e o desmonte do ensino público superior, ao mesmo tempo em que favorece a expansão do ensino privado. Os cortes no orçamento afetam diretamente o pagamento de bolsas, aquisição de insumos laboratoriais, financiamento de pesquisas, paralisam obras e inviabilizam as possibilidades de expansão de mais vagas na Rede Federal. É visível na UNIR prédios caindo aos pedaços, falta de salas de aula e de infraestrutura básica para funcionamento dos cursos de graduação e pós-graduação”.
SERVIDORES DO INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA (IFRO) UNIFICAM A MOBILIZAÇÃO COM SERVIDORES DA UNIR
Além da greve na UNIR, os servidores do Instituto Federal (IFRO), iniciaram greve na última semana. A paralisação do IFRO atinge as unidades de Porto Velho, Ariquemes, Guajará-Mirim, Jaru, Cacoal, Ji-Paraná, Vilhena e São Miguel do Guaporé. Em Porto Velho, além das atividades realizadas nas unidades, o comando de greve da UNIR e do IFRO encaminharam, conjuntamente, a realização de atividades que incluem um ato público unificado no dia 17 de abril (quarta-feira), 15h, na praça Getúlio Vargas.
A mobilização estadual objetiva reforçar a agenda de atividades em Brasília, onde as diversas categorias estarão concentrando protestos, exigindo do governo o atendimento da pauta de reivindicações. Após a pressão e a mobilização em nível nacional, o governo federal sinalizou para uma rodada de negociações com as categorias em greve.
ESTUDANTES INTEGRAM O MOVIMENTO
A greve dos servidores da Educação Federal tem apoio de diversas entidades estudantis que, publicamente, manifestaram seu apoio. Grêmios Estudantis do IFRO e Centros Acadêmicos também declararam publicamente seu apoio ao movimento grevista. É o caso do Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Federal de Rondônia (CAMUFRO), que em NOTA OFICIAL que já em 10 de abril, postou em suas redes que
“compreende a relevância das reivindicações apresentadas” e entende que “
a greve dos professores é uma resposta legítima à falta de avanço nas negociações com o Governo Federal em relação às demandas por reestruturação da carreira e recomposição salarial” (A nota do CAMUFRO pode ser encontrada em:
https://www.instagram.com/p/C5lcilkLZcQ/?igsh=dTRid2N5YzFpcHY%3D).
Também, os acadêmicos do Curso de Enfermagem da UNIR, manifestaram seu apoio à greve em
Nota oficial:
“O Centro Acadêmico Do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia (CAENF) diante do contexto atual do movimento de greve dos docentes e técnicos das instituições de ensino superior e compreende a relevância das reivindicações apresentadas”. A nota ainda defende,
“que a greve é uma resposta constitucional (Art. 9) e legitima, devido à falta de avanço nas negociações com Governo Federal em relação às demandas por reestruturação da carreira e recomposição salarial e a não sucateamento das instituições de ensino superior". (A nota do CAENF está disponível em:
https://www.instagram.com/p/C5r4YNUMvE1/?igsh=MTY2NGNmcXlyOHB5aw%3D%3D)
Representantes do DCE/UNIR também participaram da plenária unificada da UNIR que reuniu professores, técnicos e estudantes para encaminhar as diversas agendas de mobilização. A mobilização dos cursos, com passagens em sala e panfletagem, também unificou as três categorias no campus de Porto Velho, a partir do início do semestre letivo. Em apoio a greve, a reitoria da UNIR suspendeu a semana de acolhimento do início do semestre, que deveria iniciar no último dia 11.