FÍSICA: Professor aponta presença da ciência no trânsito violento de Porto Velho

Porto Velho tem altos índices nas estatísticas de acidentes de trânsito, com pessoas feridas ou mortas por conta deles.

O professor de Física, Maicon Maciel, após observações reforça que são necessárias mais fiscalização e conscientização, porém aliadas à pedagogia no trânsito com uma pitada de ciência.

“A Física é uma ciência mestre da natureza e está intensamente aplicadas em nossa rotina cotidiana dos transportes. Na inércia, que é uma das Leis de Newton, todo corpo tende a manter seu estado de movimento, a menos que uma força externa atue sobre ele. Quanto a isso, imagine quantos acidentes aqui em Porto Velho você presenciou ou mesmo assistiu por vídeo onde uma pessoa é lançada ao ar, parecendo um boneco, descrevendo as vezes uma parábola no ar antes da queda”,explicou ele.

Que completa: “Esse fato é quase que corriqueiro entre batidas frontais envolvendo motoqueiros e que no tocante a passageiros nos carros pode ser evitado. Como? O cinto de segurança! O cinto evita que a inércia lance o condutor ou algum passageiro pelo para-brisas do veículo”.

O professor ainda aponta que o trânsito porto-velhense tem mesmo energia de sobra.

“Tudo que tem massa e está em movimento, nesse caso de translação, possui o que chamamos de energia cinética. Por isso em batidas, as pessoas saem lançadas, é uma conversão de energia. Nas colisões, assim como numa partida de sinuca, existe transferência de energia. Um coeficiente de elasticidade, que define o quanto essa energia cinética pode ser conservada”, diz Maicon Maciel.

Professor demonstra formas de impacto que envolvem Física em diversas situações no trânsito - Foto: Reprodução da internet

Carros

Para o pesquisador e físico, há diferenças nos danos entre carros maiores e menores.

“Um carro pequeno colidindo com um carro maior, sofrerá danos diferentes. Há uma relação curiosa entre energia, massa e velocidade”.

Há também Física e ciência até no ato de olhar pelos espelhos retrovisores, segundo ele.

“Ainda nessa viagem pela Física, existe o quanto podemos enxergar, o campo visual, daí espelhos automotivos podemos ser planos ou esféricos. No caso do carro, apresenta externamente um espelho convexo. Ela aumenta o campo visual, mas em contrapartida deixa os objetos menores. Aliás isso pode até confundir nosso cérebro, por interpretar que as coisas pequenas vistas do espelho estejam mais longe. Uma ilusão causada pelo espelho. Nesse ponto é interessante evitar a ultrapassagem pela direita, uma vez que fora do campo visual, proporcionado pelo espelho, existe o ponto cego”.

E como sempre vem sendo alertado, mexer no celular e dirigir, não é um bom negócio.

“Quanto a confiança que o condutor apresenta nele mesmo e no veículo que dirige. Primeiro que ao perder a atenção utilizando um celular, mexendo numa multimídia ou mesmo olhando para algum passageiro enquanto dirige lhe dá uma desvantagem de andar ‘as cegas’ alguns bons metros, tornando um eventual acidente inevitável. O fator aleatório do trânsito é mesmo imprevisível: um cachorro, gato, pedestre, um furador de sinal, etc”, reforça Maciel.

E segue: “Após visualizar o perigo, o condutor tem um tempo de reação até acionar os freios, causará uma desaceleração brusca, que gerará uma derrapagem até finalmente parar. Como na prática nem tudo é tão simples, essa distância da frenagem vai depender das condições do pneu, das condições do solo, se está seco ou molhado e mesmo se a revisão do freio está em dia”.

Ele ainda destaca que há detalhes que são relacionados com nosso dia a dia, além de ser temas até do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

“O trânsito é fluido, tem uma vazão, só que ao invés de ser de líquido, como no Rio Madeira, é de veículos automobilísticos. Essa vazão passa por efeito gargalo em alguns pontos da cidade. A otimização do trânsito vai sempre depender de um estudo minucioso do tráfego, que aliás é um sistema dinâmico. Um prato cheio para Físicos e Matemáticos trabalhem na modelagem. Olha quanta coisa para o ENEM nessa exposição. As leis dos homens vêm depois das leis da Natureza. A natureza é excelente em fiscalizar!”, pontuou.