O diretor-adjunto do Detran-RO, Paulo Higo, participou do Programa Conexão Rondoniaovivo, na última terça-feira(20), onde falou sobre a atuação do órgão em nosso Estado. Durante a conversa com o jornalista Ivan Frazão, ele disse que entre os Detrans de todo o Brasil, o de Rondônia é o único que está presente em todos os municípios do Estado e em alguns distritos.
Atualmente, a frota de veículos em Rondônia está em torno de 280 mil veículos. Paulo informou que desse total, cerca de 55%, é composta por motocicletas. A popularidade e a quantidade desse meio de transporte, tem trazido alguns problemas para quem atua no trânsito rondoniense.
“Por ser a principal forma de locomoção de nossa gente, todos nós sabemos que é o veículo que mais se envolve em sinistros de trânsito. Então, nós temos que ter um foco com mais atenção e prevenção dos acidentes de trânsito. Rondônia aderiu ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS). Vale dizer que o trânsito não é só o Detran, ele é a saúde, educação, segurança pública. Temos que interligar todos esses órgãos para que tenhamos um plano muito bem estabelecido e cada um executar as suas ações e conseguir o reduzir em 50%, o número de mortes em até 10 anos, que é a meta. Para isso, precisamos do apoio da sociedade”, disse.
Lei Seca
Um assunto que envolve o Detran e é motivo de muitas polêmicas, tanto a favor como contra, são as ações da ‘Operação Lei Seca’ que acontecem, especialmente, nos finais de semana em vários pontos da capital e do interior. O objetivo é tirar de circulação condutores sob efeito de bebidas alcoólicas ou drogas, inabilitados e carros com documentação irregular.
“É uma ferramenta importante para a redução de acidentes, de mortes. Ela é importante para a contenção da porta de entrada do João Paulo II. Quando a operação está nas ruas é visível a redução de acidentes. O secretário estadual de Saúde tem um termômetro de quando a Lei Seca está mais atuante ou não. Ele fala, nós precisamos de vocês na rua. Afinal, o Hospital João Paulo II recebe uma demanda imensa de acidentados do trânsito”, observou.
Paulo enfatizou que a maioria dos sinistros de trânsito, registrados nas ruas e avenidas rondonienses tem como principal causa o consumo de álcool. Para diminuir a grande quantidade de acidentes, explicou, é necessário investir na formação dos novos motoristas.
“Precisamos trabalhar muito a parte de fiscalização e mais ainda a parte de educação. Nesse sentido, o maio amarelo, onde fizemos várias ações nas vias de nosso Estado, foi um sucesso. Fizemos também nas escolas levando a conscientização para os nossos alunos. Precisamos formar um cidadão consciente, pois, assim, ele será um condutor consciente”, frisou.
Crianças
A falta de atenção por parte de alguns pais em relação à segurança dos filhos dentro dos veículos, foi alertada por Paulo. Ele se referiu a uma cena muito comum observadas nas ruas de Porto Velho, que são os pais com os filhos menores no colo de quem está no banco de passageiro.
“Quando você tem uma criança que está solta dentro do veículo, a tendência é essa, ela tende a ir para frente. É física! A gente preza tanto pelo celular, coloca capinha, película, tudo para preservar. E com as crianças, que são nosso bem maior, muitas vezes, não temos essa preocupação com a segurança”, comparou.
Sobre a arrecadação das multas de trânsito, Paulo informou que são recursos que já possuem destinação certa para serem empregados.
“Temos uma disposição legal de que esses recursos arrecadados por multas devem ser utilizados em ações de sinalização de trânsito. O repasse tem sido feito para os municípios. No ano passado, o Detran repassou um montante de R$ 24 milhões, sendo agraciados 14 municípios. O mesmo é feito com os impostos como o IPVA, onde uma parcela é repassada aos municípios”, afirmou.
Sobre o IPVA, Paulo explicou que não é um imposto arrecadado pelo Detran, mas pelo Governo do Estado. Segundo ele, o órgão só faz a consulta na base, e para estar com o licenciamento do veículo quites é necessário estar em dias com a Secretaria de Finanças. O diretor observou também que o percentual estabelecido em Rondônia, não está entre os mais altos do país.