O Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável (GPERS) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) implementa projetos de Energia Renovável Sustentável em pequenas propriedades de Rondônia. A proposta da vez são os biodigestores, sistemas de baixo custo que utilizam matéria biológica para produzir biogás e biofertilizante.
O biogás pode ser utilizado para substituir o gás de cozinha e, no caso das comunidades rurais, a lenha. O equipamento, além de facilitar as atividades da rotina daqueles que vivem na área campestre, pode agregar renda às famílias.
Para cobrir os custos do sistema, os interessados investem aproximadamente R$ 350,00 e a instalação do produto é realizada gratuitamente pelo grupo de pesquisa.
As famílias rurais que tenham interesse de instalar o sistema em suas propriedades podem entrar em contato por meio do e-mail: gpers@unir.br.
No último final de semana foi o produtor rural Graciano de Albuquerque Soares que recebeu a instalação de um biodigestor de 200 litros, na chácara da família. Ele é morador da Linha do Cafezinho, na zona Leste de Porto Velho (RO).
Muito animado, Graciano Soares explica que em sua casa, também será usado o biofertilizante, para fortalecer a produção de hortaliças e combater pragas nas verduras produzidas na chácara.
‘Teremos redução de gastos, o investimento retorna em o investimento retorna em aproximadamente quatro meses e podemos investir o dinheiro em outra coisa’, completou Graciano.
O trabalho de instalação do biodigestor foi supervisionado pelo Dr. Artur de Souza Moret, professor da UNIR, especialista em energia. Moret explicou que o biodigestor instalado na casa de Graciano Soares utiliza esterco de gado, que é abundante na região. Vale destacar que a lenha, que é usada na cozinha da família, é uma matéria prima escassa.
‘O biodigestor além de usar matéria prima abundante na natureza, contribui com a redução de impactos ambientais. É um método, simples, econômico e sustentável porque recupera o metano, um tipo de biogás, para queima e que se ficasse na natureza seria lançado na atmosfera como gás de efeito estufa’, finalizou Moret.
BIODIGESTOR
O biodigestor é um equipamento em que se introduz matéria orgânica para ser decomposta por micro-organismos anaeróbios (que não necessitam de oxigênio). Como subproduto, são gerados o biofertilizante e o biogás. Essa produção, portanto, traz consigo lucros e benefícios ambientais. O sistema do GPERS é composto de bombonas, mangueiras e registros para uso em fogões a gás.
Em sete dias o biodigestor começa a produzir biogás até o 40º dia, e finaliza o processo em 45 dias. A mistura que sobra é um biofertilizante de alta qualidade, que pode ser utilizado em qualquer plantio.
Dejetos de suínos, bovinos e aviários, resíduos agrícolas, resíduos de lavagem e ração costumam ser considerados problemas para o produtor rural, pois é exigido por lei que eles tenham uma destinação adequada. Os biodigestores auxiliam o produtor no manejo correto dos resíduos das suas atividades, além de poupar custos e gerar renda.
Em 2022, Rondônia era o estado com o gás de cozinha mais caro do país. Em média, o preço era de R$ 134,00.