Segundo eles, reitoria expulsou ambulantes que ofereciam comida com preços acessíveis
Foto: Divulgação
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Na próxima quarta-feira (03), estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) vão fazer uma grande manifestação às 13 horas, no gramado daquele que poderá ser a salvação de muitos que não tem condições de pagar caro por uma refeição decente: o restaurante universitário.
Mas é justamente a falta desse serviço tão essencial em outras instituições de ensino superior, que tem gerado polêmicas há muitas décadas e outras mais recentes: a expulsão de diversos ambulantes que ofereciam refeições e lanches aos frequentadores do campus da UNIR com preços acessíveis e variedade.
“Recebemos ordem da chefe de gabinete da reitoria de sair de dentro da universidade devido a uma denúncia feita à Semusa [Secretaria Municipal de Saúde] relatando uma suposta precariedade no serviço de fornecimento de alimentação pelos ambulantes. Também foi feita a notificação para que a cantina de baixo parasse as atividades devido a irregularidades”, disse um dos vendedores que trabalhava há meses no local.
Estudantes comentam atual situação da falta de opções para comer no campus da UNIR em Porto Velho - Reprodução de tela
Ele segue com os relatos ao Rondoniaovivo: “Mas logo após esse comunicado feito aos ambulantes, que não foi oficial, pois não tinha nenhuma notificação escrita, foi decretado que só a cantina de baixo iria atender a comunidade acadêmica, sendo que ela também tinha sido supostamente autuada por estar irregular”.
Um dos alunos confirma as informações divulgadas em vários grupos de WhatsApp dos alunos, além de reclamações por conta da pouca quantidade de alimentos disponibilizados. De acordo com ele, o preço é alto demais para quem não tem condições de arcar com esses custos.
“Pagamos 11 reais por uma minimarmita, que não mata nem fome de passarinho. Passamos o dia inteiro no campus e só isso não sustenta. Todo mundo reclama. Para completar, o Pasteloko, a dona Margareth e o Mata Larica foram despejados do campus. Era comida boa e barata, mas a reitoria não quer saber da opinião dos alunos. Estão implantando uma ditadura, onde só resolvem as coisas na alta cúpula, sem nossa participação”, reforçou um deles.
Alunos disseram ao Rondoniaovivo que custo-benefício da marmita não compensa, especialmente pela quantidade - Reprodução de tela
Próximos passos
Com a polêmica, o Pasteloko que servia pastéis fritos na hora e bebidas geladas, como sucos e refrigerantes, se despediu de forma oficial dos seus clientes mais fiéis.
Por isso, os estudantes, por meio dos Centros Acadêmicos, estão pedindo a imediata abertura do R.U. da UNIR, uma política de subsídios que garanta alimentação de qualidade e a baixo custo, além da permanência dos trabalhadores ambulantes, com uma política interna que assegure a permanência deles com condições dignas de trabalho.
Pasteloko enviou comunicado aos clientes encerrando as atividades no campus, após suposta denúncia e expulsão pela reitoria
Veja a convocação completa abaixo:
O Diretório Central dos Estudantes, a Associação dos Docentes da UNIR e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Rondônia vem a público convocar os membros de todas as categorias de nossa instituição para uma manifestação em defesa da segurança alimentar de nossa comunidade acadêmica.
Na última sexta-feira todos assistiram abismados à ordem de expulsão pela vigilância sanitária dos três principais ambulantes do campus José Ribeiro Filho (Dona Margareth, Mata Larica e Pasteloko) que juntos fornecem quase 70% de toda alimentação consumida na UNIR de Porto Velho.
Esta é a gota d’água de uma novela que perdura há mais de 30 anos! Nossa Universidade é a única Federal do país que não possui um restaurante universitário para fornecer alimentação de qualidade e a baixo custo para a sua comunidade, e neste cenário são os ambulantes que contribuem para diminuir o risco alimentar de professores, técnicos e estudantes obrigados a permanecer o dia todo no espaço acadêmico, seja fazendo ensino, pesquisa ou extensão.
Trazendo o exemplo de universidades federais próximas à UNIR podemos fazer uma comparação. Na Universidade Federal do Acre (UFAC) a alimentação é fornecida pelo valor de R$ 1,00 com a possibilidade de repetir, já na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), as refeições são feitas a R$1,50 e o detalhe é que mesmo nos campi que não possuem R.U. como o da UFAM de Humaitá, um sistema de distribuição de marmitas é feito para assegurar que esta política chegue a todos os lugares.
Por mais que esteja sendo prometido que nosso R.U será inaugurado em agosto ou setembro, efetivamente isto não está garantido. Exigimos a imediata abertura do Restaurante Universitário da UNIR com políticas de subsídio para garantir alimentação de qualidade a baixo custo para estudantes, professores e técnicos administrativos, que não são apenas a razão desta Universidade existir, são os agentes que trabalham diariamente para que a UNIR funcione.
Neste universo estão incluídos os trabalhadores ambulantes, que não possuem local adequado para trabalhar, em um CAMPUS INSALUBRE, desde seus banheiros, às salas de aula, biblioteca, teatro, cantinas oficiais e bebedouros.
Estamos inseridos em um cenário geral de insalubridade, e isto sim é responsabilidade da Administração Superior da UNIR que se isenta da culpa do episódio de sexta-feira em que os ambulantes foram expulsos do campus. Exigimos espaço adequado com estrutura necessária para o desempenho do trabalho dos ambulantes na UNIR!
Por tudo isso, convocamos toda a comunidade acadêmica da UNIR a se somarem a nós na luta por segurança alimentar no dia 03/05 (quarta/feira) às 13 horas no gramado em frente ao restaurante universitário do campus da UNIR de Porto Velho.
Nossas reivindicações são: 1- Pela imediata abertura do R.U. da UNIR; 2- Por uma política de subsídios que garanta alimentação de qualidade e a baixo custo; 3- Em defesa dos trabalhadores ambulantes de nossa instituição, com uma política interna que assegure a sua permanência com condições dignas de trabalho.
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