Segundo famílias da zona Leste, trabalhos já duram mais de seis meses, com acidentes, assaltos e muito transtorno
Foto: Divulgação
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Nesta semana, o jornalista José Gadelha resolveu fazer o registro de uma situação de que há mais de seis meses atormentam os moradores da Avenida Calama, após a Mamoré, na zona Leste de Porto Velho. No local, as obras intermináveis trazem vários transtornos no tráfego de motos, carros, bicicletas e ônibus na região.
“Registro de hoje [segunda, 28/11] quando fui visitar a minha mãe. Moradores se aproximaram quando viram que eu estava gravando. Conversei com eles, e no meio havia um trabalhador da obra parada que aguardava algum sinal. Os relatos são de revolta, indignação, humilhação pela forma com que as coisas acontecem. E o pior é que não há uma resposta. Eles não sabem ao certo porquê parou. Há boatos de falta de material, máquina quebrada, máquinas foram para outro serviço”, escreveu ele em suas redes sociais.
Desabafo com vídeo do jornalista José Gadelha, mostrando descaso na Avenida Calama e dificuldades enfrentadas por seu pai e mãe idosos
Gadelha segue com o desabafo: “O que eu tenho com isso!? Tudo! É o bairro onde meus pais moram. Cresci ali. Meu pai tem 72 anos, anda de bicicleta, não tem escolha a não ser arriscar-se! Minha mãe tem 71 anos, anda de ônibus, mas como o ônibus não desce, ela percorre um longo trajeto até o ponto final. Isso em dia de sol, porque na chuva não dá pra passar, fica atolada”.
E termina: “Junto com eles, dezenas, centenas de cidadãos comuns. E mesmo que não fosse o meu bairro, é uma questão de dignidade humana, de descaso com o dinheiro público, com as pessoas. Não dá para naturalizar isso. Basta!”.
Montes de terra no local são prova de que obras não avançam - Reprodução de vídeo
Caos
O Rondoniaovivo já fez várias matérias sobre a situação e pouca coisa mudou. Aliás, parece que piorou.
Segundo conversas da equipe de reportagem com famílias que moram em uma das principais avenidas da capital, não há sossego em momento algum, seja na chuva ou no sol, pois há poeira no tempo seco e muita lama quando cai qualquer chuva, seja mais forte ou fraca.
“Rapaz, quando tempo tá seco, a poeira suja tudo. Nada escapa. Já quando chove, Deus me livre... O que já teve de gente que caiu aí, se machucou, já quase caiu dentro desse esgoto ou igarapé, não tá escrito. E a gente não vê nada avançar. Só enrolam, enrolam e nada. Eu arrisco dizer que a gente está nessa situação há quase um ano”, disse João Passos, dono de um pequeno comércio ali perto do local citado pelo jornalista.
Moradores revelaram que muitas pessoas quase caíram em córrego que passa no local - Reprodução de vídeo
Já uma engenheira que mora em condomínios fechados na Rua Ernandes Índio ainda revelou ao jornal eletrônico que bandidos se aproveitam do caos na região para praticar crimes.
“Soube por vizinhos que pelo menos umas três pessoas do nosso residencial foram assaltadas. Disseram que à noite, principalmente, os criminosos se escondem no mato, e quando a pessoa reduz para passar, eles atacam. Seja de bicicleta, moto ou carro, com vidros baixados. Eu mesmo prefiro ir pela José Vieira Caúla e Ibrahim Sued, que é mais longe, do que correr esse risco”, lamentou Rafaela Vieira.
Respostas
Depois de algumas horas da reportagem publicada, a Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou ao Rondoniaovivo que “uma nova etapa na obra de drenagem em um trecho da avenida Calama, bairro Planalto, começa a ser realizada com a chegada de blocos de concreto para a construção de caixas coletoras, colaborando com o processo de drenagem pluvial. A Semob informa ainda que a empresa responsável pela execução da obra segue dentro do prazo para entrega do serviço”.
O texto ainda segue explicando que “ao todo são aproximadamente 2,5 quilômetros da saída do asfalto na avenida Calama, até o residencial Cristal da Calama, de serviço de drenagem, meio-fio e sarjeta, executados por empresa terceirizada, e a pavimentação que será feita posteriormente em todo o trecho pela Secretaria Municipal de Obras (Semob)”.
A nota encerra destacando que “além do bairro Planalto, o serviço de drenagem segue em execução no bairro Cidade Nova, além do serviço de manutenção com tapa-buraco nos bairros Vila Eletronorte, Nova Floresta e Igarapé”.
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