UNIVERSIDADE: DCE da Unir se manifestam contra proposta de punição a estudantes

Eles denunciam que as normas são autoritárias

UNIVERSIDADE: DCE da Unir se manifestam contra proposta de punição a estudantes

Foto: Divulgação

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Nas últimas semanas o campus de Porto Velho (José Ribeiro Filho), da Universidade Federal de Rondônia tem chamado atenção por suas contradições políticas e institucionais.  Em protesto a uma proposta Disciplinar para “normatizar” as punições para estudantes, estes publicizaram notas de repúdios pelo DCE e centros acadêmicos, além de se manifestarem contra a censura da liberdade de livre manifestação, de surpresa, no início do evento de aniversário dos 40 anos da UNIR. 
 
Como segue na nota do DCE “a proposta de resolução contém artigos absurdamente autoritários a exemplo do artigo 11, inciso II que proíbe aos estudantes "organizar eventos e qualquer forma de arrecadação, de propaganda, distribuição de impressos, publicação ou divulgação em imprensa falada, escrita ou televisionada em nome da instituição, sem o consentimento da unidade responsável; “Interromper ou conturbar qualquer atividade acadêmica e/ou técnica administrativas nas dependências da UNIR, ou fora, quando em visitas técnicas ou atividades complementares”. 
 
O regimento visa punir até o estudante que faltar às aulas ou “omitir-se sem justificativa, de atividades escolares nos espaços da Universidade ou fora dele”, inclusive, “apresentar manifestações de afeto físico” e “submeter-se ao uso de “uniforme”. Trata-se de uma resolução típica do regime militar fascista, para controlar e amordaçar os estudantes, especialmente os ativistas do Movimento Estudantil.”
Segundo o DCE essa proposta já estava sendo discutida pela PROCEA, junto ao Vice-reitor, antes de ser proposta pelo Núcleo de Saúde, que foi apenas o órgão instrumentalizado para tal fim. 
 
Cabe destacar que o “testa de ferro” que propôs esse regulamento, é o mesmo técnico, que apresentou o parecer contrário à OBRIGATORIEDADE DA VACINA NA UNIR, no início do ano. Para os estudantes, isso configura mais uma vergonha no histórico desta reitoria da UNIR. Esta proposta de regimento e sua tentativa de implementação aparece, portanto como “uma afronta as conquistas históricas da universidade pública, que garantiram e garantem o livre pensamento, a manifestação de ideias e a produção científica.”
 
Ao mesmo tempo que os estudantes se articulavam com o Comando, DCE e Centros Acadêmicos da Saúde, para rechaçar a proposta, se organizava a comemoração dos 40 anos da UNIR. No dia 21, abertura do evento, os estudantes decidiram intervir de forma artística, para denunciar a forma e o conteúdo da proposta regimentar. 
 
Em torno de 15 estudantes, com as bocas tapadas com fita adesiva panfletaram para a comunidade rondoniense assistindo o evento e ocuparam o espaço em frente ao palco com uma faixa branca, escrita em vermelho: “Contra a nova lei da mordaça” e “Abaixo a censura na UNIR”. 
 
Depois de se agruparem entre a plateia e o palco, os estudantes iniciaram uma fala, explicando sobre o motivo do ato. Nesse momento a música ambiente, permaneceu tocando num volume que dificultava o entendimento dos presentes. Alguns professores e estudantes pediram para abaixar o volume, e foi quando o servidor da universidade responsável pelo som aumentou o volume radicalmente, tornando qualquer fala inaudível. Isso gerou uma revolta geral dos presentes, que começaram a vaiar os responsáveis pelo evento: “ironicamente, APLICOU-SE UMA TENTATIVA DE CENSURA NUM PROTESTO CONTRA A CENSURA” disse um dos participantes. 
 
No mesmo dia, foi relatado também, que algum estudante ou membro da administração que tem secretamente uma chave da sala do DCE, havia entrado durante a noite ou final de semana e arrancado um dos cartazes artísticos, JUSTAMENTE O QUE CONSTA “ABAIXO A CENSURA NA UNIR”.
 
Como afirma o mesmo estudante “A arte é uma forma de expressão legítima que provoca a reflexão e o debate”. Após o ocorrido, o DCE postou a imagem do cartaz rasgado, rechaçando tais atitudes nomeadas de “covardes”.
 
Após a intervenção no evento, este seguiu seu cronograma, adiando a premiação e homenagem aos professores mais antigos até as 22:00, para que estes não esvaziassem o evento. 
 
Mesmo assim, houve um volume muito maior de aplausos aos estudantes no início do que os discursos programado ao longo do evento. Durante a homenagem da Reitora Marcele Pereira aos generais do exército e ao Senador da extrema direita, Marcos Rogério, houve amplas vaias e indignação.  
 
Esse evento em seus vários aspectos acima listados, demonstrou a contradição política interna na UNIR, que transbordou em sua comemoração de 40 anos.
 
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