GOVERNOS: 'Vou trabalhar de forma educada', diz Marcos Rocha sobre relação com Lula

Marcos Rocha prometeu fazer mais investimentos no Estado e construir hospitais.

GOVERNOS: 'Vou trabalhar de forma educada', diz Marcos Rocha sobre relação com Lula

Foto: Divulgação

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O governador reeleito de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (UB), não mencionou o nome do presidente eleito Lula durante entrevista após a vitória no estado. Afirmou que estava torcendo pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão de ser amigo pessoal. 
 
"Se não for da vontade de Deus que seja Bolsonaro, se for o outro presidente eu vou de forma educada trabalhar para ver o estado de Rondônia fortalecido."
 
O governador agradeceu os votos dos eleitores e dos apoiadores políticos, entre eles o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB). Rocha contou também com aliados como da deputada estadual mais votada e primeira-dama, Iêda Chaves (UB), e do deputado federal Fernando Máximo (UB). "A gente conseguiu apoiar seis deputados federais, a gente tem o maior número da bancada federal."
 
Rocha disse que não era o candidato preferido dos seus adversários, mas esperava contar com apoio do senador Jaime Bagattoli (PL), eleito pela coligação do adversário, senador Marcos Rogério (PL). "É hora de todos nós darmos as mãos e lutarmos pelo nosso povo rondoniense."
 
O governador não fez muitas promessas no primeiro turno, já no segundo turno garantiu construir mais hospitais regionais, informatizar e modernizar a saúde, investir em obras sociais, infraestrutura e disse que vai trabalhar em parceria com prefeitos e vereadores.
 
SEGUNDO TURNO - Com 100% das urnas apuradas, Marcos Rocha obteve 458.370 votos, o que corresponde a 52,47% dos votos válidos, enquanto Marcos Rogério conseguiu 415.278, equivalente a 47,53%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foram computados ao todo 925.563 votos, com 20.103 brancos (2,17%) e 31.812 nulos (3,44%). O índice de abstenção no estado foi de 24,69%.
 
Rocha obteve apoio de políticos dentro do estado, entre eles o deputado federal Léo Moraes (Podemos), que foi candidato no primeiro turno para o governo, mas que ficou em terceiro lugar, e da deputada federal e candidata ao Senado derrotada, Jaqueline Cassol (Progressistas).
 
A coligação do governador elegeu cinco dos oito deputados federais e deve ganhar mais aliados. Na Assembleia Legislativa, 9 dos 24 deputados foram eleitos no bloco de apoio do governo.
 
O segundo turno em Rondônia foi marcado por troca de acusações entre os candidatos. O senador Marcos Rogério foi mais crítico ao governador e aproveitou as falhas administrativas para falar de obras não concluídas e promessas das eleições de 2018 que não foram cumpridas nas áreas de educação, segurança, infraestrutura e assistência social.
 
O senador lembrou que a Polícia Federal fez apreensões durante a segunda fase da Operação Polígrafo, em agosto deste ano, após descobrir indícios de fraudes na compra de testes Covid-19, adquiridos na pandemia pela saúde.
 
A PF constatou superfaturamento de quase 40% na compra de 100 mil kits de testes rápidos em um contrato de R$ 10 milhões feito a partir de Rondônia.
 
Também foi lembrado na campanha que o secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, foi denunciado pelo Ministério Público sob suspeita de liderar um esquema de fraudes em licitações. O empresário chegou a ser exonerado do cargo, foi renomeado e negou as acusações.
 
Em sua defesa, coronel Rocha diz que colabora com as investigações e que o estado tem um núcleo de combate à corrupção.
 
Já o governador colocou em dúvidas o patrimônio de Marcos Rogério, citando o uso de um relógio Rolex avaliado em mais de R$ 100 mil.
 
No debate da TV Globo (Rede Amazônica - TV Rondônia), realizado na última semana, Rocha disse que Marcos Rogério teve um assessor preso pela PF acusado de fazer parte de um grupo de traficantes que teria movimentado uma tonelada de cocaína e chegou a receber R$ 1,5 milhão em 15 dias. Ele foi exonerado e está foragido.
 
Marcos Rogério negou as acusações e disse que o adversário queria fugir do debate dos problemas do estado.
 
A agenda ambiental não entrou nos debates dos candidatos. Rocha e Rogério defendem regularização fundiária para fomentar o agronegócio, e o senador ainda diz que questionará a criação de reservas florestais estaduais.
 
De acordo com o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), até agosto deste ano, Rondônia era o segundo estado da Amazônia Legal que mais perdeu áreas de florestas em unidades de conservação e território indígena nos últimos anos.
 
QUEM É ELE - Marcos Rocha é natural do Rio de Janeiro, formado em análise de sistema de dados e administração de negócios com pós-graduação em educação e técnicas de ensino. Evangélico, casado e pai de dois filhos, foi secretário de Justiça de Rondônia (2014 a 2017).
 
É oficial do Exército, coronel da Polícia Militar e trabalhou como secretário municipal de Educação de Porto Velho. Em 2018, foi eleito governador com 66,34% dos votos válidos no segundo turno. (Com informações da Folha de São Paulo)
 
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