NADA MUDA: Redução de preços de combustíveis não vai deixar alimentos mais baratos

Afirmação é do professor do curso de Economia da UNIR, Jonas Campos, que também coordena pesquisa de preços de gasolina, álcool e diesel

NADA MUDA: Redução de preços de combustíveis não vai deixar alimentos mais baratos

Foto: Divulgação

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O Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) apontou que o portovelhense que depende da gasolina para se locomover, teve um alívio temporário no bolso em julho: o litro do produto teve redução de 21,82%.

 

De acordo com a pesquisa, o combustível ficou com preço médio de R$ 5,59. Em comparação com julho do ano passado, o valor está 4,93% mais barato.

 

No acumulado do ano de 2022, a baixa ficou em 13,36%. Lembrando que os benefícios com a redução de impostos na gasolina vão somente até 31 de dezembro deste ano.

 

“Quem entrar para governar vai ter problemas, porquê vai resultar em um salto no aumento de preço, especialmente para o Governo Federal com aumento de preços já em 01 de janeiro de 2023. Já para o estadual, nem tanto, pois vai recuperar receitas”, destacou o professor da UNIR e coordenador da pesquisa, Jonas Cardoso.

 

Diesel

 

O litro do diesel, com preço médio de R$ 7,70, teve uma queda de 2,16% em julho em comparação com o mês de junho. Já em relação a julho de 2021, o preço do diesel aumentou 58,76%.

 

No acumulado deste ano houve alta no preço do litro de 33,08%. Vale lembrar que o produto não foi beneficiado com os descontos fiscais previstos no Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/22, aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, além de sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

“A queda mais branda no preço do diesel tem relação com o aumento da demanda mundial, o que faz com que os preços variem menos do que a gasolina. Outro fator é o menor impacto da redução do ICMS, uma vez que este tipo de combustível já tinha alíquotas mais baixas no imposto cobrado pelos estados. A tendência é que o preço não tenha redução no curto e médio prazo”, comentou Cardoso.

 

Diesel, que tem impacto nos preços de alimentos, teve pouquíssima redução, o que pode deixar produtos nos patamares atuais - Foto: Gabriel Bastos/A7 Press/Estadão Conteúdo

 

Cético

 

O responsável pela pesquisa da UNIR ainda comenta que há grande possibilidade dos preços de itens da alimentação permaneçam nos atuais índices ou tenham uma pequena redução na capital de Rondônia.

 

“A redução no preço do diesel é o principal componente para redução generalizada dos preços, uma vez que é um insumo importante e certos setores industriais, é o principal combustível utilizado no transporte de mercadorias. Com isso, os preços devem reduzir muito pouco ou até mesmo, apenas se estabilizar no patamar atual”, explicou Jonas Cardoso.

 

Gasolina teve boa redução em Porto Velho, mas população ainda não sentiu baixa nos preços nos supermercados

 

Álcool

 

O litro do etanol, com preço médio de R$ 5,36, teve alta de 12,27% em julho. No comparativo com julho de 2021, o preço do etanol aumentou 3,28%. No acumulado do ano de 2022 houve redução no preço do litro de 10,86%.

 

O cálculo de custo-benefício entre os combustíveis demonstra que, pelos preços médios, o preço do etanol corresponde a 95,89% do preço da gasolina comum.

 

“Em Porto Velho o uso do etanol não é recomendado, a não ser que o custo-benefício seja abaixo de 70%. Levando-se em conta que o preço médio da gasolina comum é de R$ 5,59, então, o preço do álcool deveria ser de, no máximo, R$ 3,91”, apontou Jonas Cardoso.

 

A análise foi baseada nos dados disponíveis pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que colhe os dados nos postos de combustíveis da capital.

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