No geral, todo estado está entre os primeiros colocados que mais tem problemas na rede de distribuição
Foto: Trata Brasil destaca que Porto Velho é a capital que mais perde água - Divulgação
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O Dia Mundial do Meio Ambiente será celebrado no próximo domingo (05) e o Rondoniaovivo recebeu do Instituto Trata Brasil, especializado em estudos sobre água tratada e saneamento básico, um panorama geral sobre a distribuição de água encanada no país.
De acordo com a instituição, aproximadamente 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada nem sequer para lavar as mãos. Enquanto isso, no geral, 40,1% da água é perdida antes mesmo de chegar à casa das pessoas.
Diante desse contexto, o Trata Brasil, em parceria institucional da Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento) e da Water.org, com elaboração da consultoria GO Associados, divulgou o estudo: “Perdas de Água Potável: (2022, ano base 2020) – Desafios para disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do saneamento básico no Brasil”.
O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2020) e contempla uma análise do Brasil, das 27 Unidades da Federação e as cinco regiões, bem como as 100 maiores cidades – os mesmos municípios do Ranking do Saneamento Básico, que o próprio Rondoniaovivo já divulgou recentemente.
Porto Velho
De acordo com a pesquisa, Porto Velho é a capital que mais tem desperdício na distribuição da água potável, com 84,01% de todo produto que se perde antes mesmo de chegar à torneira dos consumidores.
Com quase 10% a menos, em segundo lugar está Macapá (AP) com 74,94% e na terceira colocação fica Manaus (AM) com 65,24%.
No estado
No geral, Rondônia perde a maior parte da água que trata por problemas na rede de distribuição, seja por vazamentos, ineficiência do serviço e por ligações clandestinas ou ilegais.
De acordo com o Trata Brasil, o estado tem a quarta posição na tabela e deixa de fornecer 59,58% de todo o produto que produz antes dele ser consumido pela população.
Em situação pior em todo o país, temos outras unidades federativas do Norte: Amapá (74,56%), Acre (62,08%) e Roraima (60,48%).
Conclusões
O atraso histórico do Brasil, maior país da América Latina, com relação ao saneamento se torna ainda mais evidente diante de sua grande ineficiência na distribuição da água potável pelas cidades.
O valor em porcentagem da água perdida nos sistemas de distribuição no Brasil representa um volume equivalente a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do estado de São Paulo.
Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), estamos falando de uma quantidade suficiente para abastecer mais de 66 milhões de brasileiros em um ano, equivalente a um pouco mais de 30% da população brasileira em 2020. Esse volume seria, portanto, mais que suficiente para levar água aos quase 35 milhões de brasileiros que até hoje não possuem acesso nem para lavar as mãos.
Poderia também atender, por quase três anos, aos mais de 13 milhões de brasileiros que habitam favelas. Além de atender a este enorme contingente de brasileiros, no que se refere ao impacto ambiental, o volume de água que poderia ser economizado da natureza certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios espalhados pelo país.
“As perdas de água no Brasil não apresentaram melhora nos últimos anos, o Trata Brasil já acompanha a situação de perdas há alguns anos e fica evidente que não foram implantadas soluções eficientes para resolver a questão. Os investimentos tornam-se muito maiores para construir novas estações de tratamento de água e adutoras, por exemplo, que não precisariam estar sendo construídas, caso houvesse redução das perdas ao longo do processo”, destaca Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.
Para Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, parceira no levantamento, as propostas do Marco Legal do Saneamento ficaram mais distantes diante desse panorama.
“A eficiência do sistema de distribuição de água é essencial, principalmente para se alcançarem as metas do Novo Marco Legal do Saneamento. Além disso, as incertezas com relação aos ciclos de chuvas e aumento das temperaturas tornam o problema ainda mais patente”.
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