SEM NOÇÃO: Professor diz que quem não tem o nome do pai no RG é presidiário e revolta aluno

A fala ocorreu durante uma aula do curso de Direito, na Unesc de Cacoal, e um estudante se manifestou contra a opinião

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O estudante de Direito, Ângelo Ferreira, divulgou recentemente um vídeo onde ele disse que um professor dissemina preconceito contra as pessoas presas, no curso de Direito da Unesc de Cacoal.
 
“A gente faz Direito achando que a gente vai melhorar como cidadão, e eu, como assistente social, defendo e garanto os direitos das pessoas. Aos 41 anos resolvi voltar para faculdade e garantir os direitos das pessoas. Mas me enganei. Me deparei com uma fala preconceituosa que me fez rever os meus quatro anos de faculdade”.
 
E segue: “E os quatro anos de pós-graduações que já fiz, onde um professor da área de Direito vir em sala de aula dizer a seguinte frase: ‘Todo o cidadão que tem o nome da mãe no seu RG e não tem do seu pai, é o público carcerário’. Quer dizer que somente quem está preso é quem tem o nome da mãe e não do pai”. 
 
Ângelo demonstrou ao professor e à direção da instituição educacional que aquela colocação estava errada. 
 
Ângelo desabafou nas redes sociais contra fala preconceituosa de advogado e professor de Direito - Foto: Reprodução de vídeo
 
“Ele [professor] tem a oportunidade de cortar esse ciclo do preconceito e exporta isso de forma grotesca. Eu logo me levantei e defendi a militância, dizendo que era um absurdo, era preconceituoso. E pasmem: a sala inteira ficou contra mim e aceitou. Ainda disseram para ele continuar. Ele não se retratou! OAB, socorro! Um comentário desse não pode ficar dessa forma”.
 
Desdobramentos
 
Na mesma gravação divulgada nas redes sociais, o aluno da Unesc de Cacoal pediu para trocar de faculdade por não ter apoio de nenhum dos colegas e nem da direção da entidade.
 
“Vou para outra faculdade que tenha o mínimo de decência e respeite os direitos conquistados pelas pessoas. Então, Unesc: me poupe. Foi humilhante, decepcionante. Estou arrasado e como assistente social, digo: se retratem. Está feio! Para que está feio! Fica aí minha revolta com a Unesc”.
 
O Rondoniaovivo entrou em contato com Ângelo para saber como estava a situação. Segundo ele, já há autorização para que possa mudar de faculdade e ele vai fazer as provas para que isso aconteça o quanto antes. 
 
Só faço as últimas provas e 30 de junho já foi autorizado. A diretora Suzi [Ramires] conversou comigo e falou que ele não vai se retratar. Os outros professores e alunos se uniram incentivando ao professor me processar. E vou ser processado, mas não ligo para isso não”.
 
De acordo com o universitário, o professor é um advogado bastante conhecido na cidade. 
 
Unesc de Cacoal ainda não emitiu nenhuma nota oficial sobre polêmica entre acadêmico e docente - Foto: Divulgação
 
Sem manifestação
 
Ligamos várias vezes e mandamos mensagens via WhatsApp para a professora Suzi Ramires, que é diretora da unidade da Unesc em Cacoal. Mas até o fechamento desta reportagem, ela não respondeu nem atendeu nossas ligações.
 
Entramos em contato com a Unesc em Porto Velho e o setor de marketing nos informou que a unidade de Cacoal é autônoma, sendo que a diretoria da capital não estava sabendo do fato envolvendo o professor e o acadêmico Ângelo. Além disso que somente a professora Suzi Ramires poderia se manifestar sobre o assunto.
 
Caso haja algum posicionamento sobre o fato, faremos a atualização desta reportagem assim que nos for repassado.
Direito ao esquecimento

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