Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que acontece na próxima quinta-feira (24), todas as unidades básicas de saúde de Porto Velho realizarão atividades voltadas ao tema ao longo da próxima semana. Haverá palestras, pit stop e distribuição de materiais explicativos, entre outras ações, na capital e nos distritos.
A ação é coordenada pelo Departamento de Combate à Tuberculose, da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), e trabalhará na conscientização dos sintomas da doença e, principalmente, para a necessidade de um tratamento completo e sem interrupções.
“Os principais sintomas são tosse por mais de três semanas, seca ou com catarro, febre leve no final da tarde, falta de apetite, perda de peso, fraqueza, desânimo e quando já está mais grave, falta de ar ou até mesmo escarrar sangue”, alerta a coordenadora do departamento, Nilda de Oliveira.
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma microbactéria que pode atingir diferentes órgãos, como pulmão, pleura, ossos, sistema nervoso, linfonodos, intestinos e o sistema geniturinário.
Nilda de Oliveira, coordenadora do departamento de combate à tuberculose
TRATAMENTO
O tratamento contra a tuberculose está 100% descentralizado em Porto Velho, ou seja, é realizado em todas as unidades básicas de saúde, sendo que o centro de referência é a Unidade Rafael Vaz e Silva, localizada na rua Jaci-Paraná com Salgado Filho, no bairro Mato Grosso.
“Diante de qualquer sintoma da tuberculose, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa e pedir a realização do exame de escarro para saber se está ou não com a doença. Esse é o ponto principal”, orientou.
Muitas pessoas, conforme a coordenadora, procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou até mesmo o Hospital Cemetron em busca de tratamento, o que não é recomendado num primeiro momento. A forma mais rápida de descobrir se está com doença é pedir o exame de escarro na unidade de saúde mais próxima, onde o material é coletado e enviado para o Laboratório Central do Município.
Caso o resultado do exame de escarro seja positivo, o paciente é encaminhado para o Rafael Vaz e Silva, onde recebe toda atenção necessária e o medicamento, que é fornecido gratuitamente pelo Governo Federal. “Se seguir o tratamento corretamente e sem interrupção, em seis meses a pessoa estará totalmente curada”, garante a coordenadora.
Ação incluirá a distribuição de materiais explicativos
MOBILIZAÇÃO
A Semusa incentiva todas as unidades de saúde a realizarem atividades educativas como palestras, rodas de conversa entre os profissionais de saúde e também com os pacientes que estão aguardando para outras consultas, para falar dos sinais e sintomas da tuberculose, visando principalmente alertar e orientar a população.
“Isso é o principal, orientar a população sobre os sinais e sintomas da doença e, principalmente, enfatizar a importância de seguir com o tratamento até o final”, enfatizou.
Nilda Oliveira lamenta o fato de um grande número de pacientes abandonarem o tratamento, apesar de ser totalmente gratuito e padronizado no mundo inteiro. “Tem que fazer o tratamento por no mínimo seis meses, isso é fundamental. A pessoa não curada pode transmitir a tuberculose, se tornar resistente a qualquer esquema de tratamento ou até mesmo morrer”, adverte.
NÚMEROS
Dados computados pela Semusa apontam que de 2018 a 2021 foram registrados 1.726 casos de tuberculose em Porto Velho. Desse total, 407 pacientes abandonaram o tratamento e 12 pessoas morreram. Somente no ano passado, 427 casos foram notificados e a secretaria registrou 6 mortes por tuberculose, o equivalente a um aumento de 100% em relação aos anos anteriores.