O dia 08 de março foi criado para comemorar o ‘Dia Internacional da Mulher’. A data serve para lembrar a luta delas por respeito e oportunidade iguais em um mundo onde o machismo ainda dita as regras em vários campos de nossa sociedade.
Para celebrar essa data, o
Rondoniaovivo está lançando nessa semana uma série de matérias com mulheres que fazem a diferença em nosso estado. Elas superaram uma série de obstáculos em suas vidas profissional e pessoal, para se tornarem referência e inspiração para outras mulheres.
A quinta reportagem é com uma gaúcha de alma rondoniense: a jornalista Maríndia do Amarante Moura, ou simplesmente Maríndia Moura. Ela que esteve nas telas dos municípios daqui e do Brasil, por 28 anos. Tempo que trabalhou na Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo.
Desde dezembro do ano passado, após sair da emissora de TV, Maríndia agora é chefe do setor de comunicação do Ministério Público Estadual. Um novo desafio para quem esteve sempre questionando e procurando os membros da instituição.
Nesta entrevista, Maríndia fala um pouco sobre seu trabalho, avanços na profissão e expectativas para os próximos passos.
Veja a entrevista com a jornalista Maríndia Moura:
Rondoniaovivo - Como foi sua recepção no Ministério Público Estadual, após quase 3 décadas na TV Rondônia/Rede Amazônica?
Maríndia Moura: Minha recepção no MP não poderia ter sido melhor. Tanto pelos colegas que já estão na instituição e trabalham comigo no jornalismo, publicidade, cerimonial e redes sociais, quanto pelos servidores da instituição e pelos membros, que, carinhosamente me desejaram boa sorte, sucesso, realmente me acolheram.
A responsabilidade é grande, mas o desejo de superar os desafios e as dificuldades é maior.
ROVivo - Desde a sua chegada em Rondônia, quais as mudanças que notou nas mulheres daqui?
Maríndia: As mudanças são inúmeras e muito visíveis. A sensação que eu tinha, na época, era de que, boa parte das mulheres parecia ser invisível. Eram pouquíssimas as mulheres na política, que ocupavam cargos públicos de chefia e em tantos outros setores.
Aos poucos, elas foram, mesmo que timidamente, surgindo, despontando, como a dra. Zelite Andrade Carneiro, que foi a primeira a assumir a presidência do Tribunal de Justiça, e outras guerreiras, assumiram cargos em secretarias, instituições, se elegeram como deputadas, a exemplo da saudosa Lúcia Tereza e tantas outras.
Apesar de ainda hoje o número de homens ainda ser predominante em todos os setores, penso que avançamos muito, ocupando funções que só eram exercidas por homens nos mais diversos setores da economia. Mas vejo que ainda falta muito para termos salários iguais, condições de trabalho iguais e tantos outros direitos em debate.
ROVivo - Antigamente, o jornalismo era dominado por homens. De uns 20 anos para cá, a sensação é que as mulheres tomaram conta do setor. Realmente é isso: hoje o jornalismo é de vocês?
Maríndia: Sim, na redação da Rede Amazônica mesmo, de onde saí, a maioria esmagadora é de mulheres, inclusive nas plataformas do G1 RO e na Rádio CBN.
As mulheres realmente assumiram seus desejos e vontades de estudar o que querem, de querem ocupar funções que têm total capacidade. Tem talvez, mais facilidade de se comunicar, se expressar, e assim, conquistam confiança e credibilidade.
ROVivo - Atuando como jornalista, e agora, como chefe de comunicação de um órgão importante, qual a sua visão da mulher rondoniense na política em ano de eleição?
Maríndia: Ainda vejo que falta muito mais participação das mulheres na política. Mas já melhorou bastante e a tendência é aumentar mais.
O fato de deixar a TV e entrar no serviço público, cargo que nunca imaginei, é um novo desafio que faz meus olhos brilharem. Sempre fiz meu trabalho com muito amor e penso que quando a gente gosta do que faz, faz bem.
Estou aprendendo a nova forma de comunicação institucional pra desempenhar com mesmo zelo o trabalho que tem sido marco da minha carreira.
ROVivo - Qual a mensagem que você deixa para as mulheres de Rondônia nessa Semana da Mulher, especialmente, as colegas da comunicação?
Maríndia: Minha mensagem é simples e direta: Mulheres, somos capazes de realizar qualquer sonho, seja pessoal ou profissional.
Às colegas jornalistas que estão começando nessa linda profissão, tenham consciência da importância da seriedade da notícia, do respeito às pessoas com quem buscarem as informações e não deixe.
Se esforcem para que aquela matéria toque a vocês próprias, porquê com certeza, vai tocar os telespectadores, ouvintes, leitores ou internautas.