SEMANA DA MULHER: 'O corpo ideal para dançar é o seu, o meu. Qualquer corpo', diz Ariane

Um dos grandes nomes da arte mundial, o francês Victor Hugo, certa vez definiu a arte da dança com a seguinte frase: “A dança expressa o que não se consegue dizer em palavras, mas que também não pode, de forma alguma, permanecer em silêncio”.

 

Nessa semana dedicada às mulheres, o Rondoniavivo está com uma série reportagens, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, onde entrevista mulheres que são destaques em nossa sociedade.

 

Dessa vez, a entrevistada é a professora de dança, Ariane Fernandes Jeunehomme Tonon, ou, simplesmente, Ariane Tonon, como é mais conhecida. Essa rondoniense disse que a dança sempre fez parte da vida dela. Ela afirmou que começou a dançar aos 4 anos e, desde então, essa paixão virou profissão.

 

Nessa conversa, ela vai falar sobre o amor que tem em dançar e ensinar essa arte. Ariane observa que, para muitas mulheres, dançar é libertador, que não existe o corpo ou a idade perfeitos para se dançar, basta querer.

 

Veja a entrevista com a professora de dança Ariane Tonon.

 

Existe machismo no universo da dança?

 

Ariane: Sofremos com o machismo quando homens nos enxergam de forma sexual. E ainda somos julgadas por querer nos expressarmos com nosso corpo, nossa dança. Mas homens na dança também sofrem com o machismo. Quando há um pré-julgamento de que dança não é para homens e que, obrigatoriamente, todo homem que dança é homossexual.

 

Como enfrenta isso?

 

Ariane: Nos impondo. É a única forma. Levantar a cabeça e enfrentar.

 

Dança é uma terapia?

 

Ariane: Sim. Com a dança conseguimos nos atentar para aquilo que nos incomoda de uma maneira lúdica e descontraída, ao mesmo tempo, que coloca o nosso corpo em ação e motiva a mudança.

 

A dança ajuda a resgatar a autoestima da mulher?

 

Ariane: Muito. A dança aumenta nossa confiança, e a valorização de si mesma. Ela permite um enorme autoconhecimento e isso potencializa a autoestima. 

 

Você percebe mudanças nas mulheres desde quando começou na dança até hoje?

 

Ariane: E a cada dia a procura pela dança tem sido mais por realização pessoal. As mulheres estão realizando sonhos nos quais achavam impossíveis de se realizar.

 

Os homens estão procurando mais a dança ou ainda tem preconceitos?

 

Ariane: Há muitos homens que gostam e procuram essa atividade. Mas o preconceito ainda é muito grande.

 

Como quebrar os tabus que envolvem os homens e a dança?

 

Ariane: Infelizmente esse é um assunto delicado. Envolve preconceitos ditados por uma sociedade antiga e patriarcal. Frases como “homens não choram” ou “isso não é coisa de homem” são muito comuns em várias situações da vida. Então, eu creio que seja uma questão de educação mesmo. Mas que ainda vai demorar muito tempo para ser resolvida.

 

Existe idade ou corpo ideal para se começar a dançar?

 

Ariane: O corpo ideal para dançar é o seu, o meu. Qualquer corpo. Dançar é para todos. 

 

Dançar ainda é um privilégio de uma elite?

 

Ariane: Já foi mais. Hoje há mais possibilidade. Mais projetos sociais. Mas ainda precisa melhorar.

 

Qual o conselho que você daria para as mulheres nessa semana dedicada à elas?

 

Ariane: Se cuidem, se tratem com muito carinho. Seja a sua prioridade. E dance, dance muito.