O sucesso das ações sociais da primeira- dama de Porto Velho, Ieda Chaves, não é por acaso. Dedicar - se ao bem comum já era uma rotina dela, quando administrava o grupo educacional, que fundou com o marido Hildon Chaves.
No comando de cinco faculdades localizadas em três estados – Rondônia, Mato Grosso e Acre -, ela doava bolsas de estudo entre os colaboradores de baixa renda para que os mesmos tivessem a oportunidade de ingressar num curso superior.
“Eu tenho vários exemplos de pessoas que começaram a trabalhar conosco na limpeza e depois a gente deu bolsa para que elas ingressassem numa faculdade”, conta à dentista que tem mestrado em ciências da Saúde.
Apesar da realização profissional e do êxito no mundo dos negócios, a dentista que deixou o Paraná em 1998 para empreender no mercado rondoniense, diz que trabalhar em prol da coletividade sempre esteve nos seus sonhos. O motivo? “Você se emociona ao fazer o bem ao próximo”, resume Ieda Chaves na entrevista a seguir.
Como surgiu o seu interesse pelo trabalho social?
Trabalhar pelo social sempre foi algo que esteve no meu coração porque eu acho que para fazer ação social tem que de fato gostar de pessoas. Gostar de gente! Você se emociona ao fazer o bem ao próximo. Vibra com o sucesso das pessoas de uma forma geral. E você pode ajudar não por vaidade, mas saber que seu trabalho e de toda uma equipe, pois ninguém trabalha sozinho, consegue transformar vidas. Quebra um ciclo de pobreza.
A senhora já fez algo nesse sentido antes de se tornar primeira – dama de Porto Velho?
Eu conseguia fazer isso antes da vida pública nas faculdades do grupo educacional que fundei com o meu esposo Hildon Chaves e vendemos no ano passado. Eu tenho vários exemplos de pessoas que começaram a trabalhar conosco na limpeza e depois a gente deu bolsa para que as pessoas ingressassem numa faculdade. E a partir então, passou em concurso público em várias áreas, principalmente na área da educação. O trabalho na limpeza é digno como qualquer outro, mas a partir do momento em que a pessoa consegue concluir um curso superior, ela começa a ter outras oportunidades, fazendo com que seus familiares, principalmente os filhos, sigam também por esse caminho do crescimento intelectual.
Então a senhora doava essas bolsas de estudo para os colaboradores, pensando também nos familiares dos mesmos?
Sim! Com isso se quebra um ciclo que pode vir de muitos anos nessa mesma condição e a partir do ato dessa pessoa, que permitiu – se a receber o apoio a gente consegue inspirar outras pessoas a buscar o crescimento. Vale salientar que nossos ideais na solidariedade só são alcançados, quando encontramos quem está disponível a aceitar o nosso incentivo. Não adianta ajudar quem não quer ser ajudado. Quando a gente consegue fazer a diferença na vida dos pais, conseguimos transformar toda uma geração pela frente. Eu acho isso de suma importância!
A senhora pensou em realizar alguma ação como primeira – dama, utilizando essa experiência, ou seja, a educação em benefício das famílias?
Como estou na condição de primeira – dama, procuro sempre acompanhar de perto projetos e programas da gestão municipal que visam à melhoria da qualidade de vida da população. Nesse contexto de utilizar a educação em prol do desenvolvimento familiar, eu destaco o belo Programa Talentos do Futuro desenvolvido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, onde a secretária Ivonete Gomes realiza um notável trabalho para garantir o incentivo ao esporte e educação de crianças e adolescentes.
Como esse programa impacta na vida das famílias?
Os pais têm a oportunidade de garantir às crianças e adolescentes um ambiente mais seguro. Crianças e adolescentes que ficam em casa sozinhos podem ficar na rua ou na internet, onde podemos encontrar tudo de bom e tudo de ruim também. A criança que pratica esporte tem mais chances de fazer sucesso na vida, mesmo que não seja como atleta, mas em qualquer área porque já começa a ter disciplina, convívio social e espírito competitivo para buscar sempre vencer os desafios da vida.
Quais são as modalidades esportivas oferecidas pelo programa?
O Programa Talentos do Futuro oferece diversas modalidades esportivas, entre elas: futebol de campo, basquete, futsal, karatê, taekwondo, balé, atletismo, handebol, capoeira, xadrez, judô e voleibol. São contemplados crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 16 anos, pertencentes às redes municipal e estadual de ensino e beneficiários de programa social.
Onde acontecem as atividades?
As atividades acontecem duas a três vezes por semana, nos núcleos de atendimentos esportivos nos polos: Ginásio Eduardo Lima e Silva “Dudu”, Quadra Poliesportiva Esperança da Comunidade, Quadra Poliesportiva Três Marias, Parque Aquático Vinícius Danin, Quadra Nacional, Academia Dragon e na Associação Jardim Santana.
Como a Prefeitura beneficia esses atletas?
A Prefeitura de Porto Velho é a única em todo o Brasil que além de viabilizar toda a estrutura, oferece o lanche. As crianças precisam ter boas notas. Antes, os atletas não estavam alimentados e passavam mal. O pessoal da secretaria levou até o prefeito essa situação. Esse programa não existia. A secretária Ivonete Gomes fez um trabalho com garra e determinação para esse projeto ir para frente. Essa questão do lanche parece bobagem, mas não. É uma alimentação balanceada acompanhada por nutricionista para que os participantes bem alimentados possam ter um bom rendimento no esporte e no aprendizado.
Por que o seu trabalho no primeiro mandato do prefeito Hildon Chaves não teve a grande visibilidade que está tendo agora?
Nunca foi meu objetivo ter a minha vida exposta. Ter o meu trabalho exposto. Eu sempre fiz algo na área social sem precisar aparecer. Mas, como o prefeito faz doação do salário dele, foi necessário divulgar justamente para fazer essa prestação de contas. Embora ele não seja obrigado a doar os seus proventos, é preciso divulgar para a sociedade saber que ele está cumprindo uma das suas promessas de campanha.
Então o fato do prefeito doar o salário dele para ações sociais foi fundamental para o reconhecimento que a sua atuação vem recebendo?
Não exatamente porque o salário é doado para ações sociais e eu abracei outras causas em diferentes segmentos e busquei novos parceiros para ampliar nossa atuação. Outro fator que colaborou para eu dedicar mais tempo ao papel de primeira dama foi o fato de termos vendido o nosso grupo educacional. Com isso, fiquei com mais tempo livre para ter uma dedicação maior ao voluntariado. Hoje, esse reconhecimento pelas ações sociais voluntárias que realizo é justamente por ter uma equipe também muito dedicada ao meu lado. Minha equipe não mede esforços para fazer a diferença na vida das pessoas, pensa como eu, tem vontade no coração de fazer o bem sem olhar a quem. Só pode estar ao meu lado nessa missão quem sentir o que eu sinto. É um trabalho que não tem dia, não tem hora para realizar e sairmos felizes e emocionados.