SEMANA DA MULHER: 'As mulheres devem cuidar umas das outras em reciprocidade' , diz Giusi

A italiana Giuseppina Maria Fulco comanda a instituição Casa Rosetta, em Porto Velho, e falou como vê o papel da mulher em RO

SEMANA DA MULHER: 'As mulheres devem cuidar umas das outras em reciprocidade' , diz Giusi

Foto: Divulgação

O próximo dia 08 de março é comemorado o ‘Dia Internacional da Mulher’. A data serve para lembrar a luta delas por respeito e oportunidade iguais em um mundo onde o machismo ainda dita as regras em vários campos de nossa sociedade.
 
Para celebrar essa data, o Rondoniaovivo está lançando nessa semana uma série de matérias com mulheres que fazem a diferença em nosso Estado. Elas superaram uma série de obstáculos em suas vidas profissional e pessoal, para se tornarem referência e inspiração para outras mulheres.
 
A primeira reportagem é com uma italiana que há 27 anos adotou Rondônia como sua segunda terra. Estamos nos referindo a Giuseppina Maria Fulco ou, simplesmente, Giusi. Ela comanda em nosso Estado, a Associação Casa Família Rosetta.
 
Essa instituição do terceiro setor e sem fins lucrativos, trabalha desde 1992, atendendo pessoas com deficiência física e motora. Ela também oferece programa terapêutico para a prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social de dependentes químicos. 
 
Nessa entrevista, Giusi fala de sua experiência como mulher europeia em uma cidade no meio da Amazônia, trabalhando com assistência social às pessoas com pouca ou nenhuma condição financeira.
 
Veja a entrevista:
 
Qual a diferença que notou quando chegou em Rondônia entre a mulher italiana e a rondoniense?
 
Giusi - Logo que cheguei me chamou a atenção ver tantas mulheres jovens, mas com uma intensa vida de sofrimentos, mas com tanta força interior e resiliência. A diferença que percebi está ligada ao ambiente cultural que proporciona às mulheres oportunidade de estudar desde cedo, de entrar no mercado do trabalho. O que me marcou foi ver aqui muitas mulheres sozinhas, que lidavam com grande sacrifício de seus filhos e sem o parceiro presente, o que as impedia de sonhar e realizar seus projetos. 
 
Aos poucos fui conhecendo outras mulheres de grande espírito de liderança, que colocavam a serviço dos outros seus conhecimentos e experiências e que lutavam para uma sociedade mais justa.
 
Desde a sua chegada no Brasil, quais as mudanças que notou nas mulheres em Rondônia?
 
Giusi - Com o tempo percebi que a mulher em Rondônia é protagonista de sua história, ocupa espaços importantes e tem dado grandes contribuições nos diversos ambientes em que atua. Mulheres inteligentes, de fibra, amorosas e com grande generosidade, que sabem o que querem, que correm atrás de seus sonhos, que lutam por seus direitos e por garantir espaços acessíveis para todos.
 
Conheci muitas mulheres que me ensinaram muito, com quem compartilho meu propósito. Mulheres de fé, que não desanimam perante as dificuldades, que ainda lutam para ter espaços mais respeitosos e que sonham com uma sociedade sem violência e mais inclusiva. 
 
 
É difícil para uma mulher ocupar um espaço, mesmo para quem atua no terceiro setor?
 
Giusi - Vejo mudanças, mas ainda em alguns contextos é difícil. Isso até para quem atua no terceiro setor. Algumas vezes, encontrei ambientes machistas, que não aceitavam mulheres em cargos de comando, mas isso me fez refletir mais ainda sobre o papel que temos, independentemente, de onde atuamos, de poder transformar a sociedade a partir do nosso olhar feminino, que é um olhar também de harmonia, pacificador, mas também assertivo e que sabe se posicionar de forma respeitosa. 
 
Em outros momentos, percebi que a sociedade quer olhar para as mulheres do terceiro setor com olhar redutivo mais “assistencialista”, quando, na realidade, somos profissionais e levamos muito a sério o nosso trabalho, que estudamos para nos melhorar e transformar as realidades a partir do conhecimento e da ciência. Tudo isso, passando pela nossa humanidade, que torna mais plena nossa intervenção. 
 
Qual a sua visão da mulher rondoniense na política?
 
Giusi - Creio que melhoramos em alguns aspectos, mas percebo que, nós, mulheres, poderíamos apoiar mais as mulheres que entram na política, que querem nos representar nos espaços políticos e promover políticas públicas mais acessíveis e humanas. Debater e fazer política é papel de mulher também como cidadã que quer construir um mundo melhor para si e para os outros. 
 
Qual a mensagem que você deixa para as mulheres de Rondônia nesse Dia da Mulher, especialmente, para as que pretendem atuar no terceiro setor?
 
Giusi - A mensagem que deixo, a partir da minha experiência nesta terra, é que as mulheres possam cuidar umas das outras num sentimento de reciprocidade, de cooperação, de sororidade, porque acredito muito que quando uma mulher se transforma, transforma as outras ao seu redor e a sociedade!
 
Para isso, o processo de autoconhecimento e autocuidado é fundamental. Nós, mulheres, deveríamos ser grandes incentivadoras de outras mulheres, principalmente, daquelas com menos oportunidades, para contribuir com seu desenvolvimento pessoal e profissional. Podemos fazer isso no nosso dia a dia, no lugar onde vivemos e atuamos profissionalmente. As grandes transformações ocorrem a partir das pequenas e constantes transformações do dia a dia.
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