Os preços altos nos supermercados há meses não são nenhuma novidade para ninguém. Mas, no fim de ano, quando as pessoas têm um pouco mais de dinheiro para gastar, por conta do 13º salário, o impacto no bolso parece bem maior.
Um levantamento feito pelo curso de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), aponta que a cesta natalina está 26,54% mais cara do que em 2020.
A pesquisa foi realizada entre 08 a 10 de dezembro, nos principais mercados de Porto Velho.
Detalhes
O Programa de Educação Tutorial (PET) da UNIR verificou que o preço da cesta natalina na capital de Rondônia custa atualmente R$ 783,65. Ano passado, os mesmos produtos custavam R$ 619,29.
Uma diferença de R$ 164,36, o que representa o valor de uma cesta básica, vendida nos mercados de Porto Velho, cujo valor vai de 63 a 155 reais.
A campeã na alta dos preços foi a castanha da Amazônia (ou do Pará) com subida de 114,07%. Em seguida, vem a ameixa seca (com caroço): 53,50%.
O Rondoniaovivo perguntou ao professor de Economia da UNIR, Jonas Cardoso, o motivo do preço alto da castanha, tão comum nas feiras de rua em Porto Velho. Ele detalha que há uma queda na oferta e o que ainda é produzido, acaba sendo vendido para outros países.
“O aumento de preço tem relação com a diminuição da produção nos últimos cinco anos. Além disso, parte da produção local é comprada pela Bolívia, levando a diminuição da oferta local. Nosso preço reflete os preços praticados nos supermercados”, falou Cardoso.
Mais caros
O brinde na noite de Natal ou Ano Novo também vai ficar com gosto amargo. O espumante teve alta de 41,58%. Já as frutas cristalizadas, não ficarão tão doces (mais 39,10%), nem o damasco (+ 32,52%), nem a ameixa seca (sem caroço + 32,38%). A castanha de caju também ficou mais salgada: 28,15%.
Os personagens principais das ceias natalinas, também ficaram mais pesados no bolso do portovelhense: peru (+ 25,61%) e chester (+ 23,12%).
Uvas passas (sem caroço), que vão em quase todos os pratos, também estão mais caras (+ 21,48%). O que menos subiu foi o vinho tinto, com pequeno reajuste de 4,82%.
Menos caros
Por outro lado, alguns produtos tradicionais tiveram queda nos preços. O pernil de porco (-8,05%), nozes (com caroço, - 3,92%), panetone (- 3,48%) e amêndoas (-1,82%).
“Pelo menos, o preço do pernil está mais baixo que o ano passado. A carne de porco ainda é uma boa opção. Também teve queda no preço do panetone, reflexo da queda do preço da farinha de trigo. Já o aumento geral está relacionado, principalmente com produtos que são importados, com o aumento do preço do dólar, e consequente aumento do preço local”, comentou Jonas Cardoso.