Eis que o sítio do pancadão em plena pandemia traz mais uma suposta irregularidade do prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD): ele teria retirado medicamentos do estoque da Prefeitura para tratar os ferimentos de Weliton Sousa da Silva, de 26 anos, sem documentação e sem os trâmites normais de um cidadão que vai ao um posto de saúde.
O que poderia ser uma atitude de pronta assistência ao acidentado, está repleta de irregularidades. Qualquer pessoa para retirar medicamentos da farmácia municipal precisa, de no mínimo, uma receita médica.
Mais denúncias
Além de ter supostamente organizado uma festa quando estava proibido (por causa da pandemia), com venda de ingressos (cuja bilheteria estava sob responsabilidade da esposa de Fúria), ter utilizado carro oficial em evento particular (fora de agenda oficial, em final de semana) e ter pego duas multas por alta velocidade, Adailton Fúria ainda teria retirado medicamentos do estoque da Prefeitura de Cacoal para atender Weliton.
A vítima fez mais esta denúncia no programa de TV Voz da Comunidade, apresentado por Paulo Rosa, onde falou que o evento não tinha condições legais de segurança ou atendimento de primeiros socorros.
Segundo Weliton, o prefeito o levou a um hospital, dentro da caminhonete da Prefeitura de Cacoal, já que o local não tinha nenhuma ambulância e apenas dois bombeiros civis que prestaram os primeiros socorros ao acidentado.
O paciente disse que não houve nenhuma ajuda de Adailton Fúria com as despesas hospitalares e cirurgias que necessitou fazer, limitando-se apenas a entregar uma grande quantidade de medicamentos que o prefeito teria retirado do estoque da Prefeitura.
Paixão
O prefeito de Cacoal é conhecido há anos por sua paixão por atividades envolvendo carros e motos. Ele chegou a construir uma pista de arrancadas em Porto Velho, avaliada em R$ 2 milhões.
No dia do evento, além do vídeo do acidente de Weliton, ainda houve uma exibição de Adailton Fúria em um carro vermelho.
Consequências
Não é proibido que agentes públicos gostem de velocidade e esportes envolvendo o ronco de motos e carros.
Neste caso, Wellington mostrou os medicamentos em caixas que teriam sido retiradas do estoque público e fornecidas a ele pelo prefeito.
Caso se confirmem tais fatos, Adailton Fúria pode ser condenado por peculato e improbidade administrativa, perder o mandato e ficar inelegível por oito anos.