Eles pedem um preço melhor pelo litro do leite e já estão há mais de 25 dias parados, muitos já estão vendendo as vacas para os frigoríficos
Foto: Divulgação
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A crise do setor leiteiro em Rondônia está longe de acabar. Se depender dos produtores, vai começar a faltar o produto e a tendência será uma alta nos preços para os consumidores. Eles contaram que estão dispostos a continuar o movimento de paralisação que se iniciou há cerca de 25 dias e, se depender do ânimo dos participantes, não deve terminar tão cedo.
Na região de Porto Velho e no restando do Estado, a revolta é geral com o preço pago pelo litro de leite pelos laticínios. “Estão pagando de R$ 0,80 a R$ 1,20. Em resposta à essa situação, os produtores da região de Porto Velho e Rondônia se uniram e não vão entregar mais leite. Nossa proposta para os laticínios é de preço de R$ 2,00 ou eles ficam sem matéria-prima. Estamos cansados de ser humilhados”, disseram os produtores.
O grupo criticou a forma como o Governo de Rondônia está lidando com a situação que já perdura à cerca de um mês. Eles afirmam que se sentem esquecidos pelas autoridades estaduais, que não estão prestando o apoio esperado.
“O Governo estadual cruzou os braços e não fez nada. Achamos que está do lado das grandes empresas. Por isso vai faltar leite nos laticínios vai ter demissão em massa de funcionários e os derivados do leite vai ficar caros nas prateleiras dos supermercados”, declararam.
Eles disseram também que a situação está chegando ao ponto em que muitos produtores de leite, cansados de produzir sem ter lucro, já estão falando em abandonar o setor e vender as vacas.
“Já estão postando nos grupos de redes sociais as vacas sendo enviadas aos frigoríficos para o abate. Muito triste! Quem está no sítio, ainda consegue colher algumas coisas, mas para que mora na cidade, ficar desempregado e com crianças é lamentável. Rondônia está abandonada”, desabafaram.
Governo de RO
Fontes de dentro do Governo de Rondônia, ouvidas pelo Rondoniaovivo, negaram que o Estado não tenha se movimentado no sentido de encontrar uma solução para a crise do leite local. Segundo as pessoas ouvidas, a crise do setor leiteiro é nacional e se agravou com a pandemia.
Eles explicaram que a maior parte do leite produzido em Rondônia é voltada para a produção de queijo mussarela. No entanto, com o fechamento de restaurantes devido à pandemia e os lockdowns, os laticínios do país estão com um estoque alto de leite, evitando a compra de mais matéria-prima. “Para piorar a situação, nesses três primeiros meses do ano já é cultural a queda no preço do leite por causa do volume do produto no mercado”. Observaram.
Na semana passada, informaram, o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Agricultura(Seagri) e da Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura(Sedi), realizaram uma mediação entre os lacticínios e os produtores, juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia(Faperon), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia(Fetagro) e o Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Estado de Rondônia (Conseleite-RO).
Nessa reunião, os lacticínios mandaram a proposta de até R$ 1,30 (já com as bonificações) mas a proposta não foi aceita pela Fetagro e a Faperon. “O Governo vem tentando intermediar e ajudar a resolver a situação, que é difícil para todos os lados”, disseram.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!