‘A advocacia clama por respeito e equilíbrio’, por Alex Sarkis

Não quero aqui fazer juízo de valor de quem está certo ou errado

‘A advocacia clama por respeito e equilíbrio’, por Alex Sarkis

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Não se desconhece que a Ordem dos Advogados do Brasil há muito é uma das instituições que detém extrema credibilidade na sociedade brasileira, credibilidade esta cara, construída historicamente pelos movimentos de vanguarda, coragem e deveras elevados, praticados pelos advogados do Brasil ao longo de toda sua história. Aliás, o respeito à Advocacia vem antes mesmo do nascimento da Ordem.

.

 

Pessoalmente, inclusive, esse alto grau de respeitabilidade da Advocacia foi um dos aspectos que me influenciou na hora da escolha da mesma para minha vida profissional e tenho certeza que o mesmo ocorreu com muitos colegas advogados.

 

A Advocacia sempre possuiu líderes nacionais, silenciosos, inteligentes, porém impressionantemente influentes e fortes; Respeitabilíssimos! Rui Barbosa, Pontes de Miranda, Luís Gama, Heráclito Fontoura Sobra Pinto, Clóvis Beviláqua, dentre outros tantos que anonimamente colaboraram para efetivar verdadeiras transformações sócio-políticas favorecendo a sociedade brasileira em sua evolução e pacificação. Repise-se que as principais características desses líderes foram: a coragem, o alto nível intelectual, o equilíbrio e, sobretudo, o respeito a Advocacia como classe.

 

Faço esse introito tendo em vista que há quem diga – e enxergue até com certa normalidade! Não o é! – que “época de eleição” os ânimos se acirram e algumas atitudes/comportamentos são compreensíveis e/ou justificáveis.

 

Registre-se que os ícones acima nominados mesmo sendo intensas figuras no cenário político – seja política pública ou institucional – jamais se permitiram serem marcados pelo desrespeito, desequilíbrio ou por atitudes imaturas que fossem capazes de expor a advocacia ao julgamento da sociedade que não a vive, não a conhece e, portanto, não tem nenhuma relação com os assuntos que são de interesse eminentemente doméstico e que em uma percepção superficial, pode fazer brotar uma falsa sensação de fragilidade da mesma, de modo que me preocupo gravemente com o quadro.

 

Essa semana fui abordado por um cliente em meio a um atendimento em meu escritório que me indagou: “Hein, doutor, que “confusão é essa que vi no facebook sobre a OAB? Vi que VOCÊS estão se “pregando no pau” por eleições, é isso mesmo?”

 

Confesso que fiquei profundamente chateado com o “atrevimento” de um “estranho” (à Advocacia) fazer um julgamento tão feio para nós, Advogados. Justo nós que defendemos a sociedade e que lutamos para que ela seja cada vez melhor, mais sensata, menos injusta, mais respeitosa, etc. Por outro lado, compreendi a curiosidade daquele “telespectador” já que os embates, confrontos, brigas, guerras, naturalmente sempre atraíram a atenção do homem. É assim desde a formação das mais primitivas sociedades. A luta é, inclusive, entretenimento.

 

Não bastasse esse episódio, fui despachar no gabinete de um(a) magistrado(a), que me indagou com sutil sarcasmo se esse ano teríamos eleições na OAB. Com a minha resposta positiva, vi um sorriso cínico seguido do comentário: “percebi! Parece que será uma eleição “divertida” não é, Doutor!? Ao mesmo tempo que fiquei deveras indignado com o comentário e com a audácia da figura, refleti que infelizmente demos (nas eleições passadas) e talvez já estejamos dando (nesse momento pré-eleitoral) azo para sermos julgados dessa forma.


Daí me permito fazer o seguinte questionamento aos colegas Advogados: Essa é a imagem que passaremos a ter nos períodos de eleição institucional? Será que seremos talvez imaturos ou irresponsáveis ao ponto de desconstruir tudo o que nossos antepassados profissionais lutaram com muita dignidade e competência para conquistar e construir?

 

Não quero aqui fazer juízo de valor de quem está certo ou errado; quem é melhor ou pior; Mas, tão somente chamar a reflexão os colegas e ponderar se de fato, expor nossas eventuais imperfeições e/ou falhas (torno a frisar que não emito juízo de valor; toda moeda tem dois lados) em redes sociais e em locais públicos é a melhor forma de “convencer” a advocacia de algo ou se isso não passa de uma forma de exposição desnecessária, imatura e até irresponsável e egoísta de nossa classe ao público leigo que nada tem a ver com nossos problemas ou virtudes?


Em um tempo difícil para a advocacia onde muitos juízes militam contra nossas prerrogativas e a valorização de nossa classe; onde vários promotores atuam de forma personificada contra a advocacia; onde já alguns delegados, serventuários, etc nos tratam como se “favor” estivessem fazendo; onde estamos sendo criminalizados por defender nossos clientes; onde somos subjugados na fixação de honorários, dentre outras aberrações diárias enfrentadas a duras penas pela advocacia, o que menos precisamos é dar combustível para que essas injustiças se fortaleçam e, em via inversa, de forma (perdoem-me) inconsequente e irresponsável, estamos nós próprios a mostrar (certo ou errado) que não nos respeitamos dentro de nossa própria “casa”. Como vamos muro a fora exigir respeito, se não nos respeitamos? Se nos expomos infantilmente a tudo e a todos?

 

Temos todo direito de expor nossa insatisfação sobre o campo institucional, porém devemos faze-lo internamente e de forma elevada; responsável; digna! Temos todos vários grupos próprios de whatsApp, e-mails de colegas; convívio diário, enfim, um sem fim de meios para difundir nossa insatisfação – de lado a lado – mas fazê-lo ao “respeitável público” é reprovável, como já justifiquei acima, afinal, A ADVOCACIA CLAMA POR RESPEITO E EQUILÍBRIO! Reflitamos!

Alex Sarkis – Advogado
OAB/RO 1.423

Direito ao esquecimento
Os comentários são responsabilidades de seus autores via perfil do Facebook. Não reflete necessariamente a opinião do Rondoniaovivo.com
Você acredita que o Código Penal e a Lei de Execução Penal devem ser endurecidos?
Quem tem sua preferência em uma possível candidatura para o Senado Federal?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS