Os estudantes brasileiros que cursam Medicina na Universidade Técnica Privada Cosmos, localizada na cidade de Cobija, capital de Pando/Bolívia, criticam a atitude da direção da instituição que está impedindo e/ou constragendo os estudantes de assistrem aula.
Segundo os universitários, que pediram para não ser identificados com receio de represálias, eles foram surpreendidos por pessoas da direção que colocaram um computador na área de acesso às salas de aula para confirmação de atraso na mensalidade.
De acordo com eles, caso os estudantes estejam com alguma parcela atrasada, não poderão fazer as provas. A direção pode proibir que façamos as provas, mas não podem negar nosso acesso à sala de aula", declararam, acrescentando que a instituição deveria se preocurpar com o básico, a exemplo de água para beber, que falta.
“Estamos passando constrangimento. Esperamos que a direção geral em Cochabamba possa tomar alguma atitude, pois, quase 100% dos alunos são brasileiros e mantêm a faculdade. Eles haviam suspendido esse tratamento, mas voltaram a praticar”, denunciou um dos acadêmicos.
Já ocorreram diversas reuniões entre as autoridades dos dois países para tratar desse assunto, mas até agora não foi solucionado.
“Infelizmente, minha família não tem condições de pagar uma faculdade no Brasil. Por isso, temos que nos sujeitar a passar por essa humilhação. Já teve professor aqui que chegou a dizerem sala de aula - vem porque quer, ninguém te chamou aqui”, desabafou.
Muitos desses alunos são obrigados a trabalhar no hospital Roberto Galindo em plantões de até 40 horas, sem poder reclamar das humilhações que sofrem de alguns doutores.