Aos 73 anos, o agricultor José Alves da Silva, de 73 anos, estava na DPC de Vilhena nesta segunda-feira, 27, em uma posição desconfortável: dar detalhes da tentativa de homicídio contra ele, praticada pelo próprio filho, Dirceu Alves da Silva, 24. O crime aconteceu no último sábado, numa chácara da Linha 145, a cerca de 10 km da área urbana.
Segundo o idoso, ele estava numa parte da pequena propriedade chupando cana quando o filho retornou com dois amigos e, aos gritos, ordenou que a mãe acendesse o fogo para preparar um caldo de mocotó para os três. Ao ver a esposa sendo maltratada, José foi tirar satisfações e ouviu de Dirceu: “Velho filho da puta, tá surdo? Quer que eu abra esse seu ouvido?”
Mesmo com as ofensas, o ancião foi acender o fogo, mas o filho continuou irritado e pegou uma faca. O pai correu, mas acabou voltando, momento em que acabou atacado com uma foice. O golpe o atingiu no ombro, mas poderia ter sido fatal: “Se eu não tivesse desviado, ele teria cortado meu pescoço”, relembra a vítima.
No dia seguinte ao ataque, Dirceu foi preso por ordem da justiça. Ao falar das ameaças de morte constantes contra ele e a esposa, José, mineiro de Tarumirim e morando em Vilhena há 48 anos, desabafa com tristeza: “O crack já comeu o cérebro dele”, diz, admitindo a dependência do rapaz, “que eu crio até hoje com muito trabalho”.