Cantora baiana lança DVD acústico, regrava músicas e dá um chega pra lá no preconceito
Foto: Divulgação
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A espontaneidade e a descontração são apenas algumas das características da persona de Ivete Sangalo. Outras facetas da maior estrela da música popular brasileira podem ser facilmente perceptíveis por quem conversa com ela e propõe questões ligadas ao seu ofício, à família, ao preconceito e à crise que afeta diferentes segmentos a vida do país. Objetivamente, ela se posiciona com clareza.
Em entrevista que concedeu em São Paulo, no lançamento do DVD Acústico em Trancoso (com 25 músicas e 1h40 de duração), a cantora deixou claro que muitos dos valores que toma como princípios de vida lhe foram passados pelos pais — inclusive o gosto pela música. Ivete, por exemplo, faz veemente defesa ao direito à relação homoafetiva, da preocupação com a saúde física e mental, da ausência de preconceito no campo dos gêneros musicais, entre outros assuntos.
O cuidado com o filho, para ela, se sobrepõe a todos os outros. Sem alarde midiático, costuma levar Marcelo à escola pela manhã, mesmo quando chega em casa de madrugada, depois de cumprir algum compromisso artístico.
Nova realidade
Na gravação de um DVD a gente tem controle sobre a produção. Depois do produto pronto, para levá-lo ao público em forma de show há necessidade de estabelecer parcerias e estratégias. Não pode ser vantajoso só para o artista, tem que ser também para o contratante. Quanto a mim, não sinto a crise de forma tão alarmante, mas tenho reduzido o número de apresentações, isso para poder atender a outros compromissos e pela manutenção da qualidade de vida.
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Estilos diversos
Já gravei com vários colegas da MPB, com bandas de reggae e de forró, grupos de samba e artistas estrangeiros. Em Brasília fiz show com Criolo, interpretando Tim Maia. Recentemente participei do show do Prêmio da Música Brasileira, cantando canções de Gonzaguinha, ao lado de Maria Gadú, Lenine e Zeca Baleiro, e senti que o público gostou muito. Fui convidada pelo Digão para participar do DVD comemorativo dos 25 anos de carreira dos Raimundos e confirmei minha presença. Adoro Digão e o rock dos Raimundos.
Amor livre
Abomino qualquer forma de preconceito. O preconceito leva ao ódio à violência. O bom de ser artista, de ter representatividade, é a possibilidade de poder falar coisas relevantes e levar mensagem para muita gente. Para mim é inadmissível a pessoa ser hostilizada, ser objeto de intolerância por conta de sua orientação sexual, pela cor da sua pele. O homossexual não precisa de apoio, mas sim de respeito. E isso vale também para a mulher. Dia desses me emocionei ao assistir a uma entrevista de Maria da Penha, aquela senhora que se encheu de coragem e denunciou o marido de quem era vítima de agressão. Por sua atitude acabou dando nome à lei que protege as mulheres.
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