Três ônibus escolares da Prefeitura de Agrolândia, no centro-leste de Santa Catarina, foram incendiados no estacionamento do Parque de Exposições, no centro da cidade, no fim da noite de domingo (6). Até agora, 39 coletivos foram incendiados no Estado. Segundo último balanço da PM (Polícia Militar), divulgado às 9h desta segunda-feira (6), desde o dia 26 de setembro, quando começaram os ataques, foram registradas 90 ocorrências em 31 municípios. As cidades mais atingidas são Florianópolis, com 21 ataques, e Palhoça, com 11. A policia já prendeu 56 suspeitos, entre eles, 12 adolescentes.
Entre a noite e a madrugada, os criminosos também colocaram fogo em dois caminhões, um ônibus e um carro em Itajaí, Tubarão e Guaramirim. A casa de um policial militar foi atacada a tiros em Criciúma e a residência de um civil foi incendiada em Tubarão.
Soldados da Força Nacional de Segurança chegaram em Santa Catarina na madrugada de sábado (4) e, no mesmo dia, ajudaram na transferência de 21 presos, que saíram de várias unidades prisionais do Estado. O avião que levou os detentos para penitenciárias federais decolou de Florianópolis por volta das 8h30. De acordo com a assessoria do governo do Estado, os detentos são vinculados a facções criminosas.
Ministro fala em levar presos de SC a prisões federais
A Força Nacional apoiará a ação das polícias Federal e Rodoviária Federal no estado, na Operação Brasil Integrado, Bravo Cidadão. A ideia é fazer um cinturão para fechar o Estado, impedindo que armas e drogas entrem em Santa Catarina. De acordo com a assessoria de imprensa, para auxiliar nas ações de fiscalização, o governo do Rio Grande do Sul cedeu um helicóptero com câmara avançada que ficará no Estado o tempo que for necessário.
Os criminosos atacam, principalmente, ônibus, prédios da polícia e agentes de segurança. Três pessoas já morreram — dois suspeitos de envolvimento com os atentados e um agente penitenciário aposentado.
Onda de ataques
Esta é a terceira vez que uma onda de ataques é registrada em Santa Catarina. Outros atentados aconteceram em 2012 e 2013, quando a PM registrou crimes a várias cidades catarinenses, a maioria contra ônibus e imóveis da segurança pública. Em maio deste ano, a Justiça condenou 80 pessoas pelas duas ondas de violência.