Nesta terça-feira (19) continuou a primeira greve por tempo indeterminado dos servidores do DETRAN - RO em mais de um década, que é um marco histórico na organização da categoria, após a paralisação de 5 dias em junho. Diante da reiterada intransigência do órgão em negociar as reivindicações, o movimento paredista teve início nesta segunda-feira (18) em todo Estado, atingindo os principais municípios já no primeiro dia. O movimento foi construído ao longo deste ano, priorizando um processo de negociação com a administração da autarquia, no qual não houve qualquer avanço significativo, ao mesmo tempo em que os servidores se conscientizavam da importância de construir uma ampla unidade, na Capital e interior.
A greve comandada pelo sindicato dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), tem uma ampla pauta de reivindicação, onde a questão das condições de trabalho e de atendimento ao público é tratada como prioridade; pois as instalações da grande maioria das Ciretrans são precárias, os equipamentos além de obsoletos são insuficientes, o sistema de informática está desatualizado e sem segurança adequada e funcionários insuficientes; além de elevado número de comissionados, que prejudica a prestação de serviço, pois são constantemente trocados, ao sabor das flutuações políticas.
Na parte de reivindicações especificas a categoria cobra a revisão o Plano de Cargo Carreiras e remuneração, revisão salarial, concurso público e denuncia recente lei aprovada pelo governo na Assembléia Legislativa que acabou com a obrigatoriedade de comissionamentos na área de tecnologia do DETRAN ser preenchidos exclusivamente por servidores de carreira, além de beneficiar outros cargos comissionados, inclusive de outras secretarias, com aumentos; bem como, desfazendo parte da reforma administrativa feita há pouco tempo pelo Governador do Estado, a pretexto de economizar recursos com a folha de pagamento, permitindo novamente nomeações em cargos comissionados de pessoas de fora do quadro de servidores estatutários.
A greve não tem previsão para terminar, pois a direção do DETRAN não manifestou ainda intenção de negociar com a categoria e teria solicitado uma avaliação sobre a legalidade do movimento grevista. No entendimento da CUT a direção da autarquia vai tentar usar o Judiciário para acabar com a greve, da mesma forma que o governo agiu na última greve dos servidores. Entretanto, o SINDEST providenciou todas as medidas previstas em lei, inclusive garantindo o funcionamento de 30% do quadro. Para o presidente do Sindicato, Carlos André, "os servidores estão prontos para um diálogo efetivo que permita encerrar a greve o mais rápido possível, mediante compromissos de valorização da categoria e para melhoria das condições de trabalho e atendimento ao público"