Desmoronamento no Mirante 1 acaba agravando o medo de moradores
Foto: Divulgação
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O número de chuvas que ocorreram nos últimos dias resultou no desmoronamento do Mirante I, conhecido também como Café Madeira, no inicio da noite desta segunda-feira (30). As chuvas ainda continuam, e os riscos para os moradores próximos também.
Infelizmente, o risco não está somente para o perímetro do Café Madeira, que já estava interditado por risco de desmoronamento. Outras áreas que cercam a margem do rio já sofrem algum tempo a consequência da instalação das Usinas.
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O Tacacá da Dona Isaura
Desde Março, o Mirante III está interditado. Além do local considerado um dos maiores pontos turísticos de Porto Velho, também conhecido pelo Tacacá da Dona Isaura, está de portas fechadas. Cerca de dez terrenos nas proximidades do Mirante III também estão sofrendo com rachaduras.
Carlos Dantas, proprietário do estabelecimento alega que perdeu praticamente tudo. Segundo o empresário, as Usinas procuraram a população local com o projeto, e que este possuía ao redor de toda margem do rio muros de contenções. Essa barragem segundo ele, estava previsto para ser construído antes da instalação da Usina. Mas o que se pode notar é que ainda não foi feito, prejudicando famílias que cercam a margem do rio.
O empresário alega que atualmente vive de um recurso que ganhou judicialmente contra a hidrelétrica. Essa indenização, segundo Carlos Dantas, com valor de dez salários mínimos serviu para o pagamento dos funcionários, do aluguel de onde vive atualmente e algumas pequenas despesas. “Eu quero uma Porto Velho onde eu possa trabalhar. Hoje eu não tenho profissão. Daqui vinha a minha renda, dos meus funcionários e também era minha casa. Perdemos tudo! Estava há 28 anos neste local. Hoje, além de morarmos de aluguel, estamos com as contas atrasadas e sem perspectivas de um futuro melhor, dependendo muitas vezes, do auxílio dos nossos filhos” lamenta Dantas.
Carlos Dantas, ao conversar com a equipe do Painel Político citou que tem conhecimento de uma Lei Municipal de 1962, que proibia entrada de grandes embarcações no rio madeira. “Houve uma época que as embarcações como Leopoldo Perez e Augusto Montenegro, foram proibidas de navegar , para não correr o risco de desmoronar a margem do rio,” comenta.
O empresário disse que atualmente espera uma resposta da justiça sobre o caso do Mirante III.
Destruiu tudo!
Seu Edmilson, como gosta de ser chamado, é um Morador que vive nas margens do rio madeira. Segundo ele, o local onde vive possui sete residências familiares com aproximadamente quatro pessoas em cada casa. O morador afirma que também foi procurado pelas Usinas, e que havia um projeto que de fato deveriam existir os muros de contenções, mas nunca foram feitos.
“Eles se isentaram da culpa, nunca fizeram nada pela nossa família. As Usinas alegam que são fenômenos naturais. O rio enchia, mas não destruía. Antigamente toda aquela área se tornava praia trazendo inúmeros banhistas, hoje não existe mais”, protesta seu Edmilson.
No antigo campo de futebol, localizado no terreno de seu Edmilson, só existem as lembranças e uma trave de gol no meio de galhos caídos. Uma área de aproximadamente 30 metros já foi levado pelo banzeiro do rio, carregando mangueiras, laranjeiras, bambus e coqueiros.
“O som do banzeiro lembra o som das ondas do mar. Na margem do rio, as ondas são constantes, e é visivelmente o desmoronamento do local. Temos vídeos mostrando a violência do banzeiro”, lamenta seu Edmilson.
Dona Vanda, mãe de seu Edmilson lamenta a chegada da Usina. Moradora do local com sua família há 58 anos, diz ter nascido e criado na beira do rio madeira, e que não pretende sair do local, mas afirma que o rio está cada vez mais perto de sua casa. “Hoje não temos mais nada, nem peixes. Ontem houve uma turma de pessoas querendo pescar, e acreditem, nem candirus conseguiram”.
Os moradores alegam que não houve contra partida da Usina pelo não cumprimento dos muros de contenção. Não foram indenizados e nem tiveram apoio. Todos estão recorrendo judicialmente, mas ainda não houve resposta.
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