A orientação do Comando Nacional (coordenado pela Contraf-CUT) é que os trabalhadores aprovem a paralisação nacional como forma de lutar contra a postura de intransigência dos bancos, que em todas as rodadas de negociação
Foto: Divulgação
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Assim como acontecerá simultaneamente em todo o país, os bancários de Rondônia vão decidir hoje, a partir das 17h30, em assembleia geral, na sede do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro (SEEB-RO), na rua Gonçalves Dias, nº 110, no Centro de Porto Velho, a greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira, 19.
A orientação do Comando Nacional (coordenado pela Contraf-CUT) é que os trabalhadores aprovem a paralisação nacional como forma de lutar contra a postura de intransigência dos bancos, que em todas as rodadas de negociação, realizadas em São Paulo nas últimas semanas, negaram todos os pontos da pauta geral de reivindicações dos bancários.
O Comando Nacional representa 10 federações e 143 sindicatos das bases onde trabalham cerca de 95% dos 490 mil bancários do país.
Além de negar aumento real nos salários, pisos, PLR e todas as verbas salariais (os 6,1% apenas recompõem a inflação do período medida pelo INPC), a proposta da Fenaban ignora todas as reivindicações dos bancários sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.
Lideranças sindicais explicam que somente os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre, alcançando a maior rentabilidade do sistema financeiro internacional, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários. Portanto, as propostas apresentadas pelo Comando Nacional são justas e podem ser atendidas pelos bancos que, infelizmente, mais uma vez ignoram o valor do trabalho dos seus funcionários.
Para o presidente do Sindicato, José Pinheiro, o índice apresentado pelos bancos é uma afronta e isso comprova que quem estimula a greve são os próprios banqueiros.
“Não queríamos cruzar os braços. Ninguém gosta de greve, pois isso incomoda, atrapalha e causa transtornos tanto para os funcionários como para a sociedade em geral. No entanto, se eles (os bancos) querem a greve, é o que eles terão. Vamos para a frente das agências exigir nossos direitos e a paralisação é por tempo indeterminado, até que a Fenaban apresente uma proposta mais justa”, avalia.
CALENDÁRIO DE LUTA
12 de setembro - Assembleias em todo o país para rejeitar a proposta e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
17 e 18 - Todos à Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.
18 - Assembleia organizativa para encaminhar a greve.
19 - Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.
A PROPOSTA DA FENABAN
Reajuste - 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)
PLR - 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).
Parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial - Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho - Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários - Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas - Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
AS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
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