Médicos vão às ruas pedir mais pela saúde

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Foto: Divulgação

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A manifestação da classe médica brasileira pelo fortalecimento da saúde pública, contra a contratação de médicos estrangeiros sem passar pelo exame do Revalida, pela implantação de uma carreira de estado como forma de levar e fixar médicos nas regiões mais remotas, pela sanção da presidente Dilma a Lei do Ato Médico, levou cerca de 300 médicos às ruas de Porto Velho, na manhã desta quarta-feira, dia 3.

A mobilização que reuniu, na frente do Conselho Regional de Medicina, à Avenida dos Imigrantes, médicos de várias especialidades e acadêmicos de medicina em formação até por volta de 10hh30, quando deliberaram por fazer uma caminhada até o Hospital de Base. Durante a caminhada com apoio da Polícia Rodoviária Federal, que orientou o trânsito, os médicos exibiram faixas e cartazes mostrando suas reivindicações e gritaram palavras de ordem como: “não faltam médicos, falta estrutura”, “Revalida Sempre, médicos desqualificados não”, “Queremos hospitais padrão Fifa”, entre outras.

A manifestação conta também com o apoio e participação da seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente da OAB Rondônia, Andrey Cavalcante compareceu à manifestação e discursou lembrando da parceria da Ordem com o Cremero, para incrementar o trabalho de fiscalização às unidades de saúde. Andrey lembrou que há uma parceria em nível nacional da OAB com a classe médica, que tem como um de seus objetivos convencer o Governo a investir 10 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) na saúde.

Lideranças da classe médica, como o diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, Hiran Gallo, a presidente do Conselho Regional de Medicina, Maria do Carmo Wanssa, e o presidente do Sindicato Médico de Rondônia, Willian Paschoalim, se revezaram ao microfone com outros médicos, falando por si ou representado as sociedades médicas, para denunciar o descaso dos governos federal, estadual e municipal para com a saúde pública.
O médico Reginaldo Lourenço conclamou a classe a agir com mais altivez. “Eu não sou bandido, me formei em uma profissão que sempre sonhei e quero ajudar o meu país. Não aceito que a classe médica seja taxada como a responsável pelas atuais condições da saúde. Queremos dignidade para atender aos nossos irmãos que se socorrem do serviço público e exigimos respeito dos gestores”, desabafou
Em frente ao Hospital de Base os médicos fizeram discursos, proferiram algumas palavras de ordem e, enquanto cantavam o hino nacional fizeram um abraço simbólico ao HB, como forma de denunciar o descaso do Governo com quem mais necessita, que são as pessoas que procuram os serviços públicos de saúde.
Ao analisar a mobilização da categoria, a presidente do Cremero, Maria do Carmo Wanssa, disse que os médicos brasileiros vão se manter mobilizados para que o Governo federal não implemente medidas paliativas enquanto empurra a responsabilidade pela desestruturação da saúde à classe médica. “A saúde não se faz só com médicos. Quem procura um hospital público, muitas vezes, mesmo tendo o médico, não consegue um atendimento digno porque não existe as condições necessárias”, disse a dirigente do CRM-RO.
 “As decisões anunciadas pelo Governo que afetam a saúde pública brasileira demonstram a incompreensão das autoridades ao apelo manifesto nas ruas”, denunciou o médico Hiran Gallo, apontando como solução para o problema da falta de profissionais de saúde em áreas remotas e nas periferias das grandes cidades, a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que cria a carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal, semelhante à de juízes e promotores. Segundo as lideranças, a medida evitaria a necessidade de importação de médicos sem aprovação do Revalida e, dessa forma, zelaria pela saúde da população.
 
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