SINDERON - Justiça exige quebra de sigilo bancário para analisar possível desvio de recursos para campanha eleitoral

Não é a primeira vez que a atual administração do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Rondônia (Sinderon) é alvo de denúncias. O presidente, Ângelo Florindo, no cargo há mais de 10 anos vem sendo criticado por uma categoria insatisfeita

SINDERON - Justiça exige quebra de sigilo bancário para analisar possível desvio de recursos para campanha eleitoral

Foto: Divulgação

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Não é a primeira vez que a atual administração do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Rondônia (Sinderon) é alvo de denúncias. O presidente, Ângelo Florindo, no cargo há mais de 10 anos vem sendo criticado por uma categoria insatisfeita e desconfiada. O principal motivo seria a falta de transparência nas ações internas do Sinderon. De acordo com a vice-presidente, Maria Célia de Souza, Florindo administra o sindicato como uma empresa privada da qual ele seria o proprietário. Segundo ela, apenas ele e mais dois aliados sabem de tudo o que ocorre dentro do sindicato que atende auxiliares, técnicos em enfermagem e enfermeiros lotados nas unidades de saúde dos municípios, do Estado e da rede privada.
“Eu como vice-presidente sinto até vergonha de não saber nada sobre o que acontece dentro do sindicato. Eles nos barram de qualquer informação. Não sei quantos são os filiados, quanto o Sinderon arrecada, como é administrado o dinheiro, quais ações na Justiça respondemos e quais somos os requerentes, enfim, não me participam de nada, e isso acontece desde que fui empossada, porém, agora a situação está bem pior”, revela a vice-presidente.
De acordo com Maria Célia, nas eleições de 2012, Ângelo Florindo saiu candidato a disputa da vaga de vereador em Porto Velho. Porém, a vice-presidente explica que de acordo com o estatuto do Sinderon, Florindo, ao se candidatar deveria imediatamente se afastar do cargo e passá-lo para a vice, mas segundo Maria Célia, não foi o que ele fez.
“Na realidade na época ele me procurou para assinar uma Convenção Trabalhista dos hospitais particulares e eu me neguei a assinar. Na oportunidade aproveitei e o cobrei quanto ao afastamento dele da presidência já que ele estava candidato com registro no TRE. Ele disse que ainda não tinha pedido o afastamento, mas que eu assinasse o documento de qualquer forma. Falei que não iria assinar porque eu não havia participado da reunião, não sabia do que tinha sido acordado entre eles e também não iria compactuar com uma ilegalidade, já que neste período ele já deveria estar afastado. Enfim, o documento foi assinado, mas não por mim. Ele nunca realizou uma assembleia para deliberar sobre as decisões que tomava, age como se o sindicato fosse de propriedade dele”, relata a vice-presidente.
Maria Célia conta ainda que após este episódio ela informou ao presidente que se ele não se afastasse para então se dedicar a sua candidatura ela buscaria seus direitos na Justiça.
“Foi na mesma época em que descobri que ele estava financiando a candidatura dele com dinheiro do sindicato. Comecei então a buscar provas, reunir documentos, cópia de atas, ia aos cartórios buscar cópia de documentos porque ele não permitia que me passassem nada. Tenho planilhas que apontam a retirada de dinheiro para combustível usado em campanha. E foi quando ele resolveu renunciar sua candidatura. Ele não enganou só a categoria, enganou o TRE também, porque se formos analisar, as leis eleitorais também exigem afastamento de cargo nessas situações”, lembra.
Segundo Maria Célia, desde então ela estaria sofrendo perseguição por parte do presidente que, segundo ela, tenta denegrir sua imagem por onde passa.
“Eu percebi que estava sofrendo perseguição quando entrei com pedido de licença para Mandato Classista, que é um direito previsto no nosso estatuto, na Constituição Federal e também em Lei Estadual. Você é licenciado do serviço público para se dedicar exclusivamente às ações do sindicato. No caso do SINDERON teria direito a quatro licenças, mas o presidente não requereu o pedido da minha, apenas para outros diretores e me deixou de fora. Pois por conta própria fui até a Secretaria de Administração (SEAD) e requeri o meu pedido de licença que me foi concedido. Mas o Ângelo ficou indignado e entrou com um pedido para que a minha licença fosse revogada. Em seguida entrei com mandado de segurança e consegui liminar favorável. Mesmo assim ele ainda peticionou um documento onde tentava mais uma vez denegrir a minha imagem contando inverdades a meu respeito, afinal, ele estava muito incomodado com tudo aquilo, porém seu pedido foi indeferido pelo Tribunal de Justiça”, declara a vice.
“Já tentaram destituí-lo do cargo de presidente várias vezes, mas ele é ardiloso, faz manobras para que isso seja evitado, tem lá suas influências. Mas desta vez será diferente. Se ele quiser manter-se no cargo de presidente terá que acabar com os segredos de suas ações. Já estivemos em três audiências e a próxima será de instrução e julgamento e está marcada para o próximo dia 21 de agosto. Meu advogado, Flávio Henrique Teixeira Orlando já pediu quebra do sigilo bancário do Sinderon e irá protocolar ação visando prestação de contas por parte da atual diretoria. O primeiro pedido já foi deferido pelo juiz e encaminhado ao banco onde o sindicato tem conta. Tenho certeza que logo saberemos de tudo que se passa dentro do nosso sindicato, pois nossa categoria não aceita mais essa omissão”, conclui a vice-presidente.
IRREGULARIDADES
No município de Rolim de Moura existe uma sub-sede do SINDERON que está a cerca de um ano fechada, no entanto, o sindicato ainda paga o aluguel do lugar. O local deveria dar atendimento ao servidor, mas ninguém conhece os motivos que levaram ao fechamento da sub-sede.
Em 2012, o presidente do SINDERON, Ângelo Florindo comprou um imóvel para a sede do sindicato. Uma assembleia deliberando sobre o assunto deveria ter sido realizada entre a categoria, porém não aconteceu. Ninguém sabe quanto foi pago no imóvel, como foi feita a compra, de quem foi comprado, se existiu uma licitação como prevê o estatuto ou se foi pago à vista ou a prazo. As informações são restritas somente ao presidente e aos diretores de patrimônio e financeiro. Tanto a vice-presidente como demais filiados ficam de fora de qualquer informação.
 
 
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