Atendimento médico, odontológico, laboratorial, expedição de documentos e palestras educativas, ações desenvolvidas junto às comunidades ribeirinhas de Demarcação, Calama, Papagaio, Nazaré, São Carlos, Lago Cuniã e São Miguel, por sessenta e seis profissionais que, através do termo de Cooperação Mútua nº 10/2011 assinado entre Prefeitura Municipal, Governo de Rondônia e Assembléia Legislativa, atenderam milhares de ribeirinhos em onze dias, na oitava edição da Operação Cívico Social – Aciso.
A Operação teve início no último dia 9 com o deslocamento das equipes direto para Demarcação, mais de doze horas de viagem. A comitiva de atendimento permaneceu em média três dias em cada localidade para consultas, exames laboratoriais, preventivos, vacinas, retorno e entrega de medicamentos. Paralelamente nas escolas da região, aconteceu a emissão de carteiras de trabalho, identidade, CPF, segunda via da certidão de nascimento, e palestras educativas.
Operação foi criada pelo então governado Jorge Teixeira de Oliveira com a finalidade de atender pessoas de baixa renda, que, em razão do complicado acesso e da distancia das localidades, encontram dificuldade de atendimento médico-hospitalar e inclusive de inserção em programas sociais. Em março de 2011, o Poder Legislativo aderiu ao Termo de Cooperação Mútua com apoio logístico, médicos, odontologos, enfermeiros e técnicos da área.
Este ano, a operação contou com duas embarcações, uma para apoio de deslocamento, alimentação e repouso de parte dos profissionais e o Barco Hospital cedido pela Prefeitura Municipal. Uma união de força para minimizar os sofrimentos de inúmeros ribeirinhos. É o caso de João Silva, morador do distrito de Nazaré.
Um galho de árvore caiu-lhe na cabeça e provocou cegueira. Em razão da idade, baixa renda e deficiência física provocada pelo acidente, ficou impossibilitado de recorrer ao INSS. Durante a operação foi atendido e encaminhado para inserção no programa auxílio doença. Outro caso é o de uma jovem de dezessete anos também foi encaminhada de imediato a Porto Velho em razão da constatação da gravidez de alto risco.
Para a diretora do Centro Médico da Assembléia Legislativa, Vera Lúcia Quadros, os serviços de odontologia, pediatria, oftalmologia e ginecologia são os mais procurados. “São pessoas simples, que para serem atendidas precisam ser deslocar, na maioria das vezes por horas em viagens de barco o que resulta em altíssimos gastos. Dinheiro que eles não têm”.
Para Sebastião Vasconcelos, mais conhecido como Vasco, primeiro tesoureiro da Associação de Moradores Rurais e Amigo de São Carlos – Amorasc, a operação é absolutamente necessária. “Eles deveriam vir mais vezes, não uma, duas ou três por anos. Porque a demanda de atendimento médico especializado é muito grande. Só temos um clínico aqui, não temos um pediatra, oftalmologista, ginecologista, cardiologista o que nos impede o tratamento no distrito de São Carlos” finalizou.
Para o diretor da unidade de saúde Maria Nobre da Silva, Raimundo Barroso, a operação Aciso deveria acontecer com maior freqüência. “De dois em dois meses, porque eles chegam com atendimento médico-odontológico aonde nós não conseguimos atender porque a maioria da população não tem acesso. Em Nazaré, a unidade de saúde atende em média 550 pessoas divididas em 125 famílias que somadas aos moradores das regiões próximas totalizam 3.500 moradores.
Centenas de pessoas procuraram também o serviço gratuito de expedição de documentação básica. Para o coordenador da unidade móvel do shopping cidadão, Luiz Monteiro, serviço indispensável. “porque até para você fazer uma consulta no Sistema Único de Saúde – SUS- há necessidade do CPF e da identidade e isso sem falar no direito a cidadania.
As atividades da Operação Aciso encerrou nesta terça-feira(20) a última comunidade atendida foi o distrito de Nazaré. A próxima operação acontece no próximo dia 11 no distrito de Ponta do Abunã.